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A contraofensiva “parece evidente. A Ucrânia está a atacar de diferentes maneiras”

A análise do comentador da SIC, Germano Almeida, aos recentes avanços de Kiev contra os russos em Bakhmut, à explosão numa barragem na Ucrânia e à mediação de paz do Vaticano. "As incursões surpreendentes da Ucrânia em solo russo mostram as fragilidades das defesas russas"

Forças ucranianas destroem posições russas na direção de Bakhmut, perto de Klischiivka, Donetsk
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As autoridades ucranianas acusaram esta terça-feira as tropas russas de fazerem explodir a barragem da central hidroelétrica de Kakhovka e pediram aos residentes nas zonas junto ao rio Dnipro, no sul da Ucrânia, que abandonem as habitações.

“Nova Kakhovka é uma barragem muito importante em Kherson e a destruição coloca em causa o abastecimento de água à Crimeia e coloca, mais uma vez, uma ameaça séria à central nuclear de Zaporijia, põe milhares de pessoas ao longo do Rio Dnipro em perigo”.

O Presidente Zelensky acusa “os terroristas russos” e, caso tenham sido os russos, “mostra que a Rússia está de facto nervosa”.

Kiev garante avanços em Bakhmut

Ontem, a Ucrânia avançou em Bakhmut. Foi o próprio Prigozhin do Grupo Wagner que confirmou que as forças ucranianas recuperaram o controlo nessa região. Ainda assim, a Ucrânia não confirma que está em marcha a contraofensiva - que “parece evidente mas tem de facto diferentes contornos, a Ucrânia está a atacar de diferentes maneiras”.

“No ano passado a Ucrânia insinuou que ia atacar em Kherson e depois fez uma grande contraofensiva no verão em Kharkiv. Desta vez, parece que a tática e a grande surpresa estão a ser as incursões surpreendentes em solo russo, que mostram as fragilidades das defesas russas para obrigar os russos a divergir as suas defesas para aí, e perante isso, a Ucrânia está a ter aqui uma oportunidade, sobretudo a sul, em Zaporíjia e Kherson”.

Papa envia cardeal a Kiev para tentar mediar paz

O cardeal italiano Matteo Zuppi está esta terça-feira em Kiev, na condição de enviado do Papa Francisco, para uma missão de mediação de paz na Ucrânia seguindo depois para Moscovo.

“Quando o Vaticano e o Papa Francisco mantêm um plano de paz que não está ainda elencado, que não é muito claro a dizer que é a Rússia que tem o ónus de parar a guerra, que quase coloca em plano equivalente agressor e agredido na responsabilidade da paz, ainda é muito pouco”.