Mundo

Eleições em Espanha: quais os cenários possíveis de governação?

O Partido Popular ganhou as eleições que ocorreram este domingo em Espanha, mas não obteve maioria suficiente para formar governo com o partido de extrema-direita, o VOX, um dos maiores derrotados da noite.

Loading...

Apesar de ter ficado em segundo lugar, Pedro Sánchez pode reeditar o executivo dos últimos anos. Mas para além atual do parceiro à esquerda, o PSOE necessita negociar acordos com um número ainda maior de partidos regionais e independentistas.

Sem maioria, o caminho para a formação de um governo do Partido Popular é difícil, mas numa reunião do partido, Alberto Núñez Feijóo anunciou o início de contactos “para conseguir um governo estável em Espanha nas próximas semanas”, referiu.

O Partido Popular até ganhou as eleições deste domingo em Espanha e com mais um terço do número de deputados, em parte, vindos do desaparecimento do partido Ciudadanos.

Mas a vitória saiu amarga a Alberto Nuñez Feijóo, porque apenas lhe permite pedir e tentar.

Estes não são tempos normais na democracia espanhola. Face à iminência da formação, um governo com o partido de extrema-direita, o VOX, um dos derrotados da noite com menos 19 deputados, o partido do atual presidente do governo poderá tentar reeditar outra novidade na política espanhola. Depois de protagonizar o primeiro governo de coligação da democracia espanhola, Sanchéz poderá manter-se no cargo mesmo tendo ficado em segundo lugar nas eleições.

O parceiro na governação socialista, agora uma plataforma de partidos à esquerda denominada Sumar, ficou em quarto lugar. com menos quatro deputados do que o anterior PODEMOS, o que torna agora mais difíceis as contas para alcançar a desejada maioria de 176 lugares no parlamento espanhol.

Para além dos partidos principais, uma vez mais, a formação do governo nacional fica dependente de um número elevado de formações políticas regionais, algumas independentistas. Mas agora com uma dificuldade adicional: entre elas está uma que não tinha apoiado a anterior investidura: o Junts per Catalunya, do catalão Carles Puigdemont, procurado pela justiça espanhola e exilado em Bruxelas depois da tentativa de referendo independentista na Catalunha em 2017. Os representantes do partido de centro-direita da Catalunha já avisaram Pedro Sanchez.

Em troca de um apoio ou de uma abstenção o Junts exige a aministia e um referendo à autodeterminação da catalunha. exigências difíceis senão impossíveis de acompanhar para um futuro presidente do governo de Espanha. na hipótese de um bloqueio o país poderá ter de repetir eleições, por alturas do Natal e durante o semestre em que o país está à frente da presidência rotativa da Comissão Europeia ou ao mesmo tempo que as europeias do próximo ano.