As primeiras horas de resgate de vitimas em situação de catástrofe são fundamentais para garantir a sobrevivência. Cabe aos médicos determina com exatidão o socorro a prestar a cada um.
“O mais importante é saber fazer uma boa triagem. É fazer o máximo pelo maior número de pessoas. Perceber aqueles que vão morrer e nós não podemos fazer nada, e ver que há uma grande maioria de feridos que podem esperar e conseguir escolher aqueles que são entre 5 a 10% dos feridos que que precisam de uma rápida intervenção cirúrgica”, explicou à SIC, o médico intensivista Gustavo Carona.
Nem sempre os feridos mais graves são aqueles que aparentam maior sofrimento. Há lesões, não visíveis, que representam maior risco de vida e precisam de intervenção imediata.
“O grande desafio destes doentes traumatizados são as hemorragias. Nós podemos ver uma vítima aos gritos, mas ainda assim não ter nada crítico. Ou ter uma vítima sem uma lesão aparente, mas, no entanto, ter uma hemorragia interna, por exemplo”, acrescentou.
Quando é desencadeado apoio médico internacional, garantir a coordenação com os serviços do país é fundamental. Para Gustavo Carona que fez parte de várias missões em cenários extremos, a autonomia deve ser privilegiada.
“Numa catástrofe desta magnitude, a simplicidade é muito importante. É desaconselhável que se façam aproximações que não seja a criação de estruturas autónomas com capacidade cirúrgica”, disse Gustavo Carona.
Segundo as Nações Unidas mais de 300 mil pessoas foram afetadas pelo sismo em Marrocos.