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Marrocos: "Quando os conseguiram alcançar já tinham falecido"

Dois dos sobreviventes do sismo em Marrocos relatam como conseguiram sobreviver ao terramoto e à destruição. Estarem na rua, no momento dos abalos, foi a sua salvação.

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O sismo provocou grande devastação, deixando muitas pessoas apenas com as roupas que tinham no corpo. Em Talat Nyaaqoub, a poucos quilómetros dos epicentro do sismo, 40 a 60 pessoas morreram soterradas debaixo das suas próprias casas.

Nas zonas mais atingidas não resta quase nada e na cidade de Talat Nyaaqoub apenas sobrevieram algumas pessoas que à hora do sismo ainda se encontravam na rua.

“Quando cheguei a casa, já estavam muitas pessoas a tentar retirar os destroços da minha casa à procura de sobreviventes, mas quando os conseguiram alcançar já tinham falecido. Só tenho um filho que sobreviveu, está em Marraquexe no hospital, em estado grave”, relata um dos sobreviventes, Tahiri.

“Só Deus sabe o que me vai acontecer agora. Espero que chegue ajuda. Não sei o que vou fazer!”, acrescenta.

O trânsito é caótico para chegar às zonas mais atingidas, no alto Atlas, havendo zonas onde as autoridades e as equipas médicas nem sequer conseguiram ainda chegar.

Em Asni, uma pequena cidade da região, foram colocadas algumas tendas para albergar quem perdeu tudo no sismo, e também os que têm medo de regressar a casa.

“Há aqui famílias que perderam familiares próximos, crianças, que perderam tudo. Ainda assim alguns tiveram sorte, obrigado meu Deus. Temos aqui muitas aldeias, aqui à volta de Marraquexe, nas montanhas do Atlas que simplesmente desapareceram”, conta outro dos sobreviventes, Salah ad-Din.

Durante as próximas horas as equipas de resgate vão continuar a retirar pedra a pedra, na esperança de ainda encontrar vivos debaixo dos escombros.