Israel decretou estado de alerta de guerra, depois de ter sido alvo de um ataque do Hamas, que diz ter disparado cinco mil rockets. Cerca de 100 pessoas morreram e 900 ficaram feridas. O Hamas anunciou uma nova operação militar contra Israel, “Operação Tempestade Al-Aqsa”, e o primeiro-ministro de Israel já avisou a população de que o país está oficialmente em guerra.
É considerado o maior ataque das forças palestinianas contra Israel. Militares armados do Hamas invadiram o sul de Israel, a partir da Faixa de Gaza, matando e sequestrando vários israelitas. Ao mesmo tempo eram disparados milhares de rockets.
O último balanço do Ministério da Saúde dá conta que pelo menos 198 palestinianos morreram e mais de 1.610 ficaram feridos. Por outro lado, a agência EFE, que cita fontes médicas, dá conta de que mais de 100 pessoas morreram no ataque surpresa e causou mais de 900 feridos.
Os disparos começaram antes 06:30, hora local, e ainda não pararam. As sirenes de ataque aéreo têm estado a soar toda a manhã, em cidades do sul e centro do país.
Em Jerusalém, os civis deixaram as ruas desertas, muitos deles abrigaram-se em "bunkers". Tropas patrulham e inspecionam as ruas, parques e estacionamentos de centros comerciais.
Segundo as autoridades israelitas, um número desconhecido de terroristas da Faixa de Gaza infiltrou-se em território israelita.
“Cidadãos de Israel, estamos em guerra”
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já avisou a população de que o país está oficialmente em guerra e promete consequências para o Hamas. Já o ministro da Defesa considera que o grupo cometeu um “erro grave” e garante que o país vai vencer a guerra.
"Cidadãos de Israel, estamos em guerra. Não numa operação, não são rondas de combates, é uma guerra", diz Benjamin Netanyahu.
“Entraram em residências particulares, fizeram reféns, mataram civis e sequestraram soldados”
A Embaixada de Israel em Portugal diz que as Forças de Defesa de Israel (IDF) "convocaram a mobilização de reservas" e pediram a "todos os cidadãos que permaneçam nas suas casas".
"Os terroristas entraram em residências particulares, fizeram reféns, mataram civis e sequestraram soldados, civis e corpo [cadáveres] para Gaza. Temos a confirmação de vítimas civis israelitas à medida que os terroristas continuam a visar civis, mulheres e crianças", acrescenta a representação israelita em Lisboa.
Hamas anuncia operação contra Israel
O líder do braço armado do Hamas, Mohammed Deif, confirmou, numa mensagem gravada, que o grupo lançou uma nova operação militar contra Israel.
Numa rara declaração pública, Mohammed Deif disse que foram disparados 5 mil foguetes contra Israel durante a madrugada, para dar início à "Operação Tempestade Al-Aqsa".
Correspondente da SIC obrigado a refugiar-se em direto
Henrique Cymerman, correspondente da SIC em Israel, teve de se refugiar num abrigo, quando estava em direto, este sábado, na SIC Notícias, e se ouviram as sirenes de alerta. O momento aconteceu no final do comentário.
"Estás a ouvir a sirene? Vocês vão-me desculpar, mas vou ao refúgio. Já há 30 minutos que não havia uma sirene, mas parece que voltaram. Estou à vossa disposição daqui a uns minutos. Até já", afirma Henrique Cymerman, a partir dos 9 minutos de entrevista.
Henrique Cymerman estava em direto na SIC Notícias a explicar que o Hamas começou este ataque contra Israel numa altura em que o país está atravessar um período de grande divisão.
UE condena ataques do Hamas
A União Europeia condena os ataques do Hamas e expressa a sua “solidariedade para com Israel”.
"Acompanhamos com angústia as notícias sobre Israel e condenamos inequivocamente os ataques do Hamas. Esta violência horrível tem de cessar imediatamente", refere o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell.
Numa publicação no X, antigo Twitter, Josep Borrell sublinha que o terrorismo e a violência não são solução.
Israel confirma que há civis e militares reféns do Hamas
As Forças Armadas de Israel confirmaram que há civis e militares feitos reféns pelo grupo palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, a informação é avançada pelo jornal The Guardian.
O grupo islâmico garantiu que tinha um grande número de israelitas em cativeiro, incluindo oficiais do exército.
Não informação do número de pessoas que foram sequestradas, mas os meios de comunicação locais estimam que sejam dezenas.
[Artigo atualizado pela última vez às 17:28]