Há duas jovens luso-israelitas desaparecidas depois da invasão das forças do Hamas, no último sábado. Uma delas é Dorin Atias, de 22 anos, que estava num festival quando paraquedistas e carrinhas abriram fogo contra a multidão. A mãe disse, numa reportagem que vai ao ar no Jornal da Noite, que mantém a esperança de encontrar a filha viva.
O correspondente da SIC no local, Henrique Cymerman, conta que Dorin, israelita sefardita com passaporte português, “conseguiu falar com os pais pouco antes [do ataque] e, aparentemente, a mãe compreendeu que ela não está morta”.
A mãe da jovem chegou a procurá-la em todos os hospitais e entre os mais de 250 cadáveres que foram deixados após o ataque, e não encontrou Dorin. Acredita, assim, que a filha foi feita refém.
“Dorin foi a uma festa enorme, que durou toda a noite, com 3.000 pessoas, muito perto da fronteira de Gaza, quando de repente, às 6h, eles ouviram as sirenes que indicavam que em poucos segundos iria cair uma chuva de mísseis e roquetes. Mas caíram também paraquedistas do Hamas e carrinhas cheias de combatentes”, conta o correspondente da SIC em Israel.
Além das vítimas fatais e das centenas - ainda não há um número certo - de jovens sequestrados, também existem testemunhos “de violações que se produziram antes dos assassínios de algumas destas jovens”.
Um grupo de israelitas estará à procura de pessoas que possam ter-se escondido nos bosques que existem nos arredores do recinto do festival, perto da fronteira com Gaza.
Quem poderá mediar a questão?
A questão dos reféns é bastante delicada em Israel. É um tema que mobiliza a sociedade israelita e que pode limitar as retaliações militares.
Mas Henrique Cymerman diz que outros países podem entrar em cena como mediadores.
“Como sempre acontece, o Egito [vai negociar], pois controlava a Faixa de Gaza até a Guerra dos Seis Dias e tem uma espécie de responsabilidade. E também o Qatar, que apoia o Hamas economicamente”.
Nas próximas horas Israel deve anunciar o número e nomes dos sequestrados, “mas não o fazem até informar as famílias”, acredita o correspondente da SIC.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros diz que, até ao momento, não foi contacto pelas autoridades israelitas.