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Análise

Conflito Israel-Hamas: por que razão a Europa é "decisiva"?

Paulo Sande, especialista em assuntos europeus, considera o ataque do Hamas a Israel uma "chacina inaceitável", mas alerta que Israel tem de ter cuidado para não "diminuir a sua influência". Na SIC Notícias, fala ainda do papel decisivo da Europa no conflito.

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Paulo Sande, especialista em assuntos europeus, explica que a União Europeia está a ter dificuldade em encontrar um consenso sobre o cessar-fogo humanitário no conflito Israel-Hamas porque tem ainda uma política externa "muito incompleta". Na SIC Notícias, esclarece o papel "decisivo" da Europa na guerra. Diz ainda esperar que, apesar das vítimas, aconteçam "coisas boas", como a ideia dos dois Estados.

"A União Europeia tem uma política externa muito débil, como sempre teve (...). Faz o que pode. A política externa é ainda uma política muito incompleta".

Mas qual é o papel da União Europeia no conflito Israel-Hamas? A Europa, que é “decisiva”. É o "grande vizinho económico" do Médio Oriente e, por isso, "decisivo em todos os aspetos". É também o destino de muitos refugiados do Médio Oriente, aponta o especialista em assuntos europeus.

Sobre uma possível pausa humanitária no conflito, Paulo Sande diz que é "dificilmente será conseguida", face às circunstâncias.

Na SIC Notícias, aponta ainda para uma "curiosa coincidência" entre a invasão da Rússia à Ucrânia e o ataque do Hamas a Israel: as consequências materiais e a nível estratégico.

"Tenho alguma esperança de que daqui possa decorrer coisas boas", afirma, referindo-se à ideia dos "dois Estados", uma "promessa de 1948".

Paulo Sande refere que há "coisas extraordinárias" que nascem de conflitos, com mudanças na relação entre os povos.

"Não podemos continuar nesta tortura de olhar para isto e sentir-me devastado pelo que acontece dos dois lados (...). Cada um grita as suas verdades e não ouve a dos outros. Assistirmos a isto à custa de pessoas que não têm culpa e que querem é ter a sua vida".

O especialista considera que o ataque do Hamas a Israel foi uma "chacina inaceitável" do ponto de vista da humanidade. Mas alerta que Israel tem de ter cuidado porque pode "diminuir a sua influência".