Mundo

Correspondente SIC

Protestos em Madrid mobilizam 1.600 agentes, "como num jogo de futebol de alto risco"

Segundo a correspondente da SIC em Espanha, nesta que é já a 13.ª noite de protestos em Espanha, os conflitos ainda não chegaram a um fim. Para colmatar os desacatos está montado um grande dispositivo policial na capital espanhola.

Polícias de choque montam guarda enquanto as pessoas participam num protesto perto da sede do Partido Socialista Espanhol (PSOE)
Loading...

Pelo menos nove pessoas foram detidas nas manifestações que juntaram, na noite desta quarta-feira, cerca de 2.000 pessoas nas ruas de Madrid. Tal como conta a correspondente SIC em Espanha, Belén Rodrigo, esta é já a décima terceira noite de protestos em Espanha.

“Mais uma noite de muita tensão na sede do Partido Socialista, em Madrid. Grupos radicais e ultras que se juntaram numa manifestação, para protestar contra a lei da amnistia, que negociou o Partido Socialista com os independentistas catalães”, conta.

Segundo Belén Rodrigo, “nas últimas semanas temos visto muitas manifestações pacíficas em cidades espanholas […], mas na sede dos socialistas são já muitas as noites que acabam com detidos e feridos”.

Bélen Rodrigo relata que neste primeiro dia de debate “havia um dispositivo policial de 1.600 agentes”.

“Estamos a falar de um dispositivo parecido ao que assiste Madrid quando há um jogo de futebol de alto risco, como pode ser o Real Madrid com o Barcelona, ou o Real Madrid com outros clubes ingleses”, acrescenta.

Milhares de pessoas estão contra a investidura de Pedro Sanchéz e fizeram questão de mostrá-lo esta quarta-feira, “ um dia especial, o primeiro dia de debate da investidura do candidato socialista Pedro Sanchéz, presidente do governo espanhol".

“Amanhã será a votação e hoje Pedro Sanchéz apresentou o seu projeto de governo, e também justificou a lei da amnistia”.

Feijóo considera reeleição de “corrupção política”

O presidente do Partido Popular espanhol, a maior formação no parlamento de Espanha, disse esta quarta-feira que a reeleição do socialista como primeiro-ministro nasce de uma fraude e de "corrupção política".

"Esta investidura nasce de uma fraude. O que se traz à Câmara do Parlamento não se votou nas urnas", disse Alberto Núñez Feijóo, no debate no Parlamento de Espanha para a reeleição de Sánchez como líder do Governo, na sequência das eleições de 23 de julho.

Muitos espanhóis protestam nas ruas, dizem que é um golpe de estado dissimulado, uma violação à constituição e uma traição ao povo por amnistiar quem quis separar o país.