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Crânio revela vestígios de cirurgias minuciosas da Idade do Cobre, dizem cientistas

Uma mulher terá sobrevivido a dois procedimentos cirúrgicos dolorosos que envolvem raspar uma pedra no crânio para tratar um tecido por baixo do osso. Há quatro mil anos, já havia neurologistas?

Crânio revela vestígios de cirurgias minuciosas da Idade do Cobre, dizem cientistas
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O crânio de uma mulher da Idade do Cobre - entre o neolítico e a idade do Bronze - tinha dois buracos sobrepostos acima da orelha, tendo os cientistas avaliado a hipótese de ter sido operada duas vezes e sobrevivido.

O Camino del Molino, um sítio funerário descoberto em 2007 no sudeste de Espanha, foram desenterrados restos de um esqueleto que seria um mulher de há quatro mil anos.

Numa análise minunciosa aos ossos, especialmente ao crânio, os investigadores sugeriram que a mulher foi submetida a duas cirurgias na cabeça, tendo sobrevivido, de acordo com o estudo no International Journal of Paleopathology.

A mulher, estimam os investigadores, teria entre 35 a 45 anos quando morreu e, ao contrário das outras 1.348 pessoas encontradas no mesmo local, o crânio destes restos mortais mostravam sinais de cirurgias conhecidas como trepanações.

Tais procedimentos cirúrgicos envolvem perfurar a caixa craniana para expor uma camada mais externa de tecido que envolve o cérebro.

Para os investigadores, nada apontava para que estas aberturas fossem ferimentos, dado que não havia vestígios de fraturas à volta dos buracos e cada um tinha os seus limites bem definidos.

Através da técnica de raspagem, segundo os cientistas, esfrega-se um instrumento - provavelmente uma pedra, contra o crânio para o erodir aos poucos e criar o buraco.

Relembre-se que, na época, nomeadamente entre 2566 a 2239 a.C, não havia anestesia.