O primeiro de quatro dias de tréguas na Faixa de Gaza ficou marcado pela morte de dois civis, e ferimentos noutros 11. O Hamas acusa as tropas israelitas de disparar sobre um grupo de civis que tentou regressar à cidade de Gaza. Israel diz que ignoraram os apelos para evitar deslocações.
Nas primeiras horas das tréguas, milhares de civis fizeram-se à estrada de Saladino - a principal estrada da Faixa de Gaza-, tentaram rumar a norte e voltar a casa, na Cidade de Gaza. No entanto, foram recebidos a tiro pelas tropas israelitas que ocupam o norte do território e obrigados a voltar para trás. Os disparos terão feito vítimas, garante o Hamas.
“Não nos deixaram regressar a Gaza para ver os nossos filhos, que são jovens e não sabem o caminho para sul. Ninguém sabe o que fazer ou como vamos trazê-los”, disse um homem em desespero.
Israel diz que as tréguas são temporárias e que os civis ignoraram os avisos lançados do início do cessar-fogo.
Ao fim de 48 dias de guerra, 70% da população de Gaza estará deslocada e dependente do auxílio internacional. Depois das primeiras horas sem bombas, nem tiros, os civis esperam pela chegada dos camiões com ajuda humanitária.
Na fronteira de Rafah, passaram já esta noite os primeiros camiões com ajuda. O acordo prevê a entrada de 200 por dia, nos próximos quatro dias. A que se juntam outros quatro camiões cisterna com combustível .
No Qatar, o líder do Hamas comprometeu-se já a respeitar os moldes do acordo com Israel.
A nível militar, além do calar das armas, este acordo limita os voos de caças ou de drones israelitas a seis horas por dia, no norte da Faixa de Gaza.