Os Estados Unidos acusam Israel de não estar a fazer o suficiente para melhorar a situação na Faixa de Gaza e informam que o apoio humanitário, nomeadamente o combustível, que está a ser transportado para a zona é escasso. O reforço da ofensiva Israelita após o fim do período de tréguas está a abalar o apoio da Administração Biden a Israel. Germano Almeida sublinha que estão a aumentar as “divergências da posição do Governo Netanyahu e dos americanos”.
Na análise aos últimos desenvolvimentos da guerra entre Israel e o Hamas, o comentador da SIC começa por explicar a nova estratégia militar israelita, com o foco mais para sul da Faixa de Gaza.
"Depois da suspensão de armas após a semana de troca de reféns por presos, Israel voltou no passado fim de semana às operações militares de forma ainda mais violenta e sangrenta, isso é um facto.
Israel tem como prioridade o líder do Hamas em Gaza, que terá sido um dos cérebros do 7 de outubro e que estará, tudo indica, em Khan Yunis e, portanto, isso explica esse foco em Khan Yunis. Isso complexifica a operação e aumenta o risco de baixas civis", explica Germano Almeida.
O comentador destaca que “a situação é complexa e aumentam as divergências da posição do Governo Netanyahu e dos americanos”, que é notória em declarações e posições assumidas pelos Estados Unidos.
Por um lado, a Administração Biden refere que espera que a operação demore mais umas semanas até janeiro, enquanto o ministro da Defesa israelita fala em vários meses, sendo que os próximos dois serão de grande intensidade.
Há também a questão dos colonos e das agressões contra cidadãos palestinianos. Os Estados Unidos anunciaram uma nova política de restrição de vistos com a proibição de entrada no país de pessoas que cometeram, de alguma forma, atos de violência na Cisjordânia.
“A Administração Biden percebe que Israel tem que fazer a eliminação militar do Hamas em Gaza na sequência de 7 de outubro, porque o Hamas mal possa volta a fazer 7 de Outubro, mas claramente, com o passar do tempo, está a retirar o apoio inequívoco a Israel por perceber que a posição de Israel, em função do número de baixas tão elevado e pelos crimes que está a fazer, é inaceitável”, refere Germano Almeida.
O comentador considera que estas são as razões da tomada de posição dos EUA, às quais se soma o facto de Israel estar a comprometer ações humanitárias na Faixa de Gaza, nas quais a Administração Biden tem estado empenhada.