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Hungria diz que "não há razão" para negociar adesão da Ucrânia à UE

À entrada da reunião do Conselho, o primeiro-ministro da Hungria, Victor Orbán, argumenta que a Ucrânia não preenche todas as condições para entrar na União Europeia.

Hungria diz que "não há razão" para negociar adesão da Ucrânia à UE
Omar Havana

O primeiro-ministro da Hungria, Victor Orbán, afirmou esta quinta-feira que não há razão para negociar a adesão da Ucrânia, argumentando que o país não preenche ainda todas as condições para entrar na União Europeia (UE).

"Estabelecemos sete condições [para a adesão à UE] e mesmo na avaliação da Comissão [Europeia], três das sete não estão cumpridas, pelo que não há razão para negociar agora a adesão da Ucrânia", disse Orbán em declarações aos jornalistas à entrada da reunião do Conselho.

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O líder húngaro, que mantém a oposição à entrada da Ucrânia no bloco europeu, lembrou que "o alargamento não é uma questão teórica, é um processo baseado no mérito, juridicamente detalhado e que tem pré-condições".

Questionado sobre a verba de 50 mil milhões de euros que está prevista na revisão do quadro financeiro plurianual da UE para ajudar a Ucrânia face à guerra lançada pela Rússia, Orbán referiu que o financiamento "a curto prazo está orçamentado" e se os Estados-membros quiserem "dar um prazo maior e mais dinheiro", terão que ser providenciados "fora do orçamento" da UE, o que a Hungria apoiará. apoiaremos".

Cimeira da UE com Ucrânia em destaque

Os líderes europeus iniciam, esta quinta-feira, em Bruxelas uma cimeira para discutir o apoio financeiro de 50 mil milhões de euros à Ucrânia e a abertura de negociações formais sobre a adesão ucraniana, encontro marcado pela ameaça de veto húngaro.

Encarada como decisiva, esta reunião dos chefes de Estado e de Governo dos 27 da UE vai decorrer pelo menos até sexta-feira, podendo estender-se, devido às posições assumidas pela Hungria e após vários meses de contestação de Budapeste à suspensão de fundos europeus pela violação do Estado de direito, que deram origem a dois bloqueios em recentes cimeiras europeias em conclusões relativas às migrações.

Nas últimas semanas, as ameaças da Hungria subiram de tom em cartas enviadas pelo primeiro-ministro, Viktor Orbán, ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, exigindo uma "discussão estratégica" sobre a Ucrânia, pedido que tem por base o ceticismo sobre as minorias húngaras em território ucraniano e a corrupção existente no país, mas sobretudo uma questão não relacionada com Kiev, que se prende precisamente com as verbas comunitárias que foram suspensas a Budapeste.