A correspondente da SIC em Kiev, Iryna Shev, esteve nos estúdios em Portugal para contar tudo o que viu e viveu durante o tempo que esteve no centro da guerra, na Ucrânia.
“Quando regressei à Ucrânia, em agosto de 2023, encontrei um país diferente àquele que tinha encontrado no ano anterior, quando estive durante três meses a acompanhar os desenvolvimentos na guerra”.
E acrescentou:
[Nessa altura], sentia a população com expectativas de guerra curta. Haviam muitas pessoas a voluntariarem-se para as Forças Armadas ucranianas, porque havia essa expectativa de que passados alguns meses a guerra iria terminar".
No entanto, em 2023, a esperança que pairava nas ruas já não era essa, revelou.
“Uma das coisas mais marcantes de 2023 foi a quebra das ilusões por dois pontos de vista muito importantes. Por um lado, os próprios ucranianos perceberam que a guerra não vai ser curta, como prometeu o Governo ucraniano e o Ocidente. E por outro, a população percebeu que tem de se adaptar uma guerra longa e os parceiros da Ucrânia perceberam que a estratégia que tinham não poderia continuar a ser utilizada”.