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Drones (provavelmente russos) sobrevoam zonas militares onde alemães treinam ucranianos

Segundo a imprensa alemã, o exército alemão está ciente do problema há algum tempo. Apesar das suspeita de que Moscovo está por detrás dos voos de drones, o exército alemão não pode prová-lo porque não conseguiu intercetar um único aparelho.

Drones (provavelmente russos) sobrevoam zonas militares onde alemães treinam ucranianos
Martin Meissner

Drones, provavelmente de origem russa, têm sobrevoado desde há algum tempo áreas de treino militar e quartéis do exército alemão, sobretudo estruturas onde as forças armadas alemãs treinam soldados ucranianos, noticiou hoje o jornal Bild am Sonntag.

Segundo o jornal, o exército alemão está ciente do problema há algum tempo, uma vez que em outubro de 2022 o general Carsten Breuer, então chefe do Comando Territorial, manifestou-se assustado com os relatórios de alerta sobre a presença dos aparelhos pilotados remotamente.

Os drones com câmaras estão a sobrevoar as instalações do exército, especialmente as áreas onde são treinados os ucranianos, afirma o jornal.

O especialista em defesa do Partido Liberal, Marcus Faber, disse ao jornal que "os drones são vistos regularmente sobre a área de treino militar de Klietz, a oeste de Berlim, onde o exército alemão treina ucranianos para operarem [tanque] o Leopard 1".

"Em outros locais, por vezes, vários drones entram no espaço aéreo ao mesmo tempo. Isto é claramente organizado e aponta fortemente para origem russa", afirmou.

O exército alemão também suspeita que Moscovo está por detrás dos voos de drones, mas não pode prová-lo, porque não conseguiu intercetar um único, escreve o Bild am Sonntag.

Em 15 de novembro, a Alemanha criou um grupo de trabalho sobre drones, que deve começar por esclarecer junto dos ministérios competentes quem pode fazer o quê no domínio da defesa contra drones.

O jornal destacou ainda ser necessário investigar quais os dispositivos de defesa que funcionam e a rapidez com que podem ser adquiridos.

"Dois meses depois, ainda não há resultados tangíveis", realçou a publicação.