O gabinete de guerra de Israel esteve no Egito, esta quarta-feira, para discutir um acordo para a libertação de reféns. As posições públicas de Israel e do Hamas sobre o tema são divergentes, mas não é impossível que se chegue a um novo acordo.
É o que considera Germano Almeida, tendo em conta uma proposta egípcia que terá sido apresentada ao governo de Benjamin Netanyahu.
“Será que haverá aqui algum ponto intermédio, como houve no primeiro acordo? Não me parece impossível. De acordo com o que saiu nas últimas horas, segundo fontes egípcias, Israel terá recebido uma proposta que passa essencialmente por parar durante três semanas a um mês a ofensiva. Seria uma suspensão de armas, não cessar-fogo, a troco de 40 reféns libertados, incluindo mulheres, idosos, crianças e feridos”.
Este período, de três semanas a um mês, seria um “game changer” que o Hamas não rejeitaria.
“Recordo que no primeiro acordo foi uma semana (…) Uma paragem dessa dimensão, não parece que o Hamas fosse rejeitar. Não sei se isso já será uma consequência da visita de Blinken nos últimos dias. Veremos se esta proposta egípcia pode ter algum caminho para andar”, afirma o comentador SIC.
Israel julgado no Tribunal Internacional
O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) começa esta quinta-feira a julgar o caso apresentado em 29 de dezembro pela África do Sul contra Israel, que acusa de genocídio na Faixa de Gaza.
Mas será possível que saiam mesmo consequências depois destas audiências?
“É preciso perceber que é uma situação sempre muito complexa apontar num Tribunal Internacional de Justiça uma acusação de genocídio. É evidente que o que Israel está a fazer em Gaza, há mais de três meses, é uma carnificina, tem um número de mortes civis absolutamente inaceitável. Daí até ser considerado genocídio vai um grande passo”, diz Germano Almeida.