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Israel: ataque na Síria faz 10 mortos e Teerão ameaça retaliar

Um ataque atribuído a Israel que teve como alvo um edifício em Damasco, na Síria, fez 10 mortos. Entre as vítimas há quatro membros dos Guardas da Revolução iraniana, incluindo dois altos responsáveis.

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Um ataque atribuído a Israel que teve como alvo um edifício em Damasco fez esta sexta-feira 10 mortos, segundo um novo balanço do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"O balanço passou de seis para 10 mortos depois de terem sido encontrados os corpos que estavam nos escombros", disse à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, uma organização não-governamental com sede em Londres e com uma vasta rede de fontes na Síria.

Entre as vítimas há quatro membros dos Guardas da Revolução iraniana, incluindo dois altos responsáveis.

O ataque destruiu um edifício de quatro andares, onde decorria uma "reunião de dirigentes pró-Irão", segundo o OSDH.

Nas últimas semanas, Israel foi acusado de ter levado a cabo operações contra alvos precisos, provocando a morte de um responsável iraniano na Síria e do 'número dois' do Hamas no Líbano, o que faz temer uma expansão da guerra contra o movimento islamita palestiniano Hamas em Gaza.

Em comunicado, os Guardas da Revolução, exército ideológico do Irão, acusaram Israel de ter atacado Damasco com "aviões de combate". Quatro dos seus "conselheiros militares" e "membros das forças sírias", foram mortos no ataque, referem.

Segundo a agência de notícias iraniana Mehr, trata-se do "responsável dos serviços de informações dos Guardas na Síria e do seu adjunto, bem como dois outros membros desta força".

Questionado pela AFP, o exército israelita indicou que não comenta "informações de media estrangeiros".

O Irão já acusou Israel de realizar o ataque que provocou a morte de quatro responsáveis iranianos na Síria e ameaçou retaliar "no momento e no local apropriados", de acordo com um comunicado da diplomacia iraniana.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Nasser Kanani, "condenou veementemente o ato criminoso do regime sionista" que considerou "uma tentativa desesperada de propagar a instabilidade e a insegurança na região".

"Além da prossecução política, jurídica e internacional destas ações agressivas e criminosas, a República Islâmica do Irão reserva-se o direito de responder ao terrorismo organizado do falso regime sionista no momento e no local apropriados", acrescentou.

Os 'media' iranianos apresentaram uma das vítimas como "o general Sadegh Omidzadeh, responsável na Síria dos serviços de informações da Força Qods", uma unidade especial do Corpo de Guardas da Revolução para as operações externas do Irão. Esta informação não foi confirmada oficialmente.

Para o porta-voz da diplomacia iraniana, a "violação frequente da soberania e da integridade territorial da Síria e a escalada dos ataques agressivos e de provocação contra vários alvos" nesse país mostram a "impotência e o desespero" de Israel "no campo de batalha contra as forças de resistência em Gaza e na Cisjordânia nos últimos 100 dias".

Os Guardas da Revolução tinham anunciado na terça-feira ter lançado mísseis balísticos contra Erbil, no Curdistão iraquiano, destruindo "um quartel-general de espionagem" que atribuíam a Israel. Esses ataques fizeram pelo menos quatro mortos e seis feridos, segundo as autoridades iraquianas.