A Presidência russa assegurou esta terça-feira que os europeus começam a virar costas à Ucrânia, um novo ataque de Moscovo numa altura em que a continuação da ajuda causa tensões internas na União Europeia e nos Estados Unidos.
"Os europeus estão a aperceber-se de que deitaram o seu dinheiro fora", declarou Dmitri Peskov, o porta-voz do Presidente russo, Vladimir Putin, às agências noticiosas russas.
Na sua opinião, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, está, portanto, "numa posição muito difícil".
"Já não está a receber dinheiro, não há munições suficientes para ele no estrangeiro e está com problemas em casa", na Ucrânia, acrescentou.
Nas últimas semanas, o Kremlin tem-se esforçado por apresentar os países ocidentais, principais apoiantes de Kiev, como estando desunidos perante o rumo a seguir no que diz respeito à Ucrânia, após quase dois anos de agressão russa.
O tom de Moscovo é bastante mais otimista desde o fracasso da contraofensiva ucraniana, no ano passado.
Atualmente linha da frente na Ucrânia, que se estende ao longo de cerca de mil quilómetros, encontra-se estacionária, o que é vantajoso para o exército russo, que ocupa quase 20% do território do país vizinho e tem conseguido nos últimos meses reforçar as suas posições, mobilizando a indústria nacional para lhe fornecer as munições necessárias para prosseguir a sua ofensiva.
Dmitri Peskov congratulou-se igualmente com as divergências na classe política norte-americana, continuando os Republicanos a bloquear uma ajuda importante destinada a Kiev.
"A dada altura, [o Presidente dos Estados Unidos, Joe] Biden disse que [a ajuda à Ucrânia] era um investimento para os norte-americanos", disse Peskov referindo-se à ajuda à Ucrânia.
"Se é disso que se trata (...), então ele abriu falência", comentou o porta-voz de Putin.
A Ucrânia, por seu lado, diz temer o enfraquecimento do apoio ocidental, após dois anos de conflito que desgastaram a opinião pública e quando se aproximam datas importantes na União Europeia (eleições europeias em junho) e nos Estados Unidos (eleições presidenciais em novembro).