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Análise

"Nunca numa guerra morreram tantos funcionários da ONU nem tantos repórteres locais"

Ricardo Alexandre, jornalista da TSF e comentador SIC, considera que a pressão dos EUA e Reino Unido sobre Israel não está a ter influência na resolução do conflito com o Hamas.

Gaza
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A ação militar de Israel centra-se agora no Sul, nomeadamente em Khan Younis. A pressão dos aliados, nomeadamente dos Estados Unidos e Reino Unido, está a aumentar sobre Israel, mas não está a dar resultados.

Para Ricardo Alexandre, jornalista da TSF e comentador SIC, “aparentemente, essa pressão não tem influência. Basta ver as declarações do Primeiro-Ministro de Israel depois de ter sido conhecido este ataque ao centro de formação da Agência das Nações Unidas para os Refugiados palestinianos em Khan Younis"

O ministério da Saúde, controlado pelo movimento islamita Hamas, anunciou dezenas de vítimas num bombardeamento que atingiu um centro da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Nunca numa guerra morreu tanta gente, funcionários das Nações Unidas, funcionários locais, principalmente, como também nunca numa guerra morreram tantos tantos repórteres locais como está acontecer neste neste conflito”.

“O que quer dizer que nem Israel nem o Hamas respeitam propriamente quer os funcionários das Nações Unidas, quer a imprensa"

Solução dos dois Estados e cessar-fogo

David Cameron em Israel terá insistido na solução dos dois Estados, mas é algo que o Primeiro-Ministro israelita já pôs de parte, assim como um cessar-fogo.

"Israel também diz que nesta altura não se pode falar em cessar-fogo. O Ministro da Defesa afirmou que foi a liderança do Hamas no exterior, os líderes políticos do movimento a partir do Qatar, que impediram o acordo para a troca de prisioneiros por reféns.

Assim, Israel coloca sempre a questão no lado do Hamas, "mas não há qualquer abertura quer para um cessar-fogo no plano mais imediato, quer depois para uma solução de médio prazo".

Ameaça por parte dos houtis

A ameaça por parte dos houtis que dizem que os funcionários da ONU no Iémen têm um mês para abandonar o território, uma forma de pressão àquilo que têm sido as retaliações de Reino Unido e também dos Estados Unidos.

“Mais uma vez, as vítimas são os civis”.

Os funcionários das Nações Unidas têm desempenhado ao longo dos últimos 10 anos um papel importante no Iémen, um país muito pobre, muitos milhões de pessoas a passarem fome. Num conflito de 10 anos entre os houtis e as forças governamentais apoiadas pela Arábia Saudita, a presença da ONU significou um alívio dos problemas para a população civil.

“A retirada do pessoal das Nações Unidas significa um intensificar das operações militares sem qualquer freio e significa, obviamente, uma drástica degradação das condições de vida para as populações civis”.