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Análise

Visita de Putin à Bielorrússia "é mais uma retórica política de pressão"

Ricardo Alexandre analisa o retomar das negociações entre Israel e o Hamas e diz que não as "encararia com grande otimismo". O jornalista da TSF e comentador SIC aborda também os últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia e a visita de Putin à Bielorrússia.

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Israel decidiu retomar as negociações para um cessar-fogo em Gaza, anunciou o Gabinete de Guerra israelita. Ricardo Alexandre diz que "não encararia com grande otimismo este retomar de negociações". Na análise à atualidade internacional, o jornalista da TSF e comentador da SIC dá conta dos últimos desenvolvimentos sobre a guerra na Ucrânia e a visita do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, à Bielorrússia, que considera ser “mais uma retórica política de pressão do que outra coisa”.

O jornalista da TSF explica que, segundo a imprensa israelita, o primeiro-ministro Benjamim Netanyahu e o líder do Hamas, em Gaza, "não concordam com aquilo que está em cima da mesa".

"Creio que é mais um retomar das negociações para as partes dizerem, obviamente por motivos diferentes, aos negociadores, (...) que não concordam com a proposta como ela está apresentada nesta altura."

Sobre a decisão do Tribunal Internacional de Justiça, que vai ser conhecida esta sexta-feira, acerca das medidas cautelares adicionais contra Israel solicitadas pela África do Sul, o comentador diz que, apesar do tribunal não ter meios para o fazer cumprir qualquer decisão, "é importante pela pressão política".

Refere ainda que apesar da África do Sul estar a obrigar o tribunal a "ordenar a Israel a paragem da operação militar em Rafah", a decisão deste órgão "não vai obrigar certamente Israel a parar".

"Não acredito que isso possa acontecer até porque [Israel] tem naturalmente a cobertura de membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, nomeadamente os Estados Unidos da América."

"É extremamente difícil" que a Ucrânia consiga travar os avanços da Rússia

Ricardo Alexandre fala também da guerra entre a Rússia e a Ucrânia e diz que "é extremamente difícil" que a Ucrânia tenha capacidade para travar os avanços russos nos próximos tempos.

No entanto, se os milhões de dólares que foram desbloqueados pelo Congresso Americano para ajuda militar se traduzam rapidamente "na chegada de novo equipamento militar ao país, isso pode fazer com que num ou noutro ponto da linha da frente os ucranianos conseguiram conter o avanço das forças russas", explica.

O jornalista acrescenta que "recuperar terreno acho que está fora de hipótese nesta altura (...) porque as forças russas têm de facto avançado nalguns casos de uma forma já significativa e estão claramente com a moral em alta".

O comentador SIC termina a análise a falar sobre a visita de Putin à Bielorrússia.

"Creio que [esta visita] é mais uma retórica política de pressão do que outra coisa. Putin vai visitar um país que, sendo um país, um Estado independente, acaba por ser quase um quintal de Moscovo."