Na campanha para as legislativas francesas, o presidente da União Nacional, Jordan Bardella, diz que ficou com incomodado com as “lições de moral” dadas por “jovens multimilionários”, referindo-se aos jogadores de futebol Thuram e Mbappé, que apelaram ao voto contra extremistas.
“Tenho muito respeito pelo Marchus Thuram e pelo Mbappé, que são ícones do futebol e para juventude. Tenho admiração pelo percurso desportivo deles, mas é preciso respeitar os franceses e o voto de cada um”, diz o líder da extrema-direita, criticando a posição assumida pela dupla, quando faltam menos de duas semanas para as legislativas antecipadas no país, entre 30 de junho e 7 de julho.
"Quando se tem a sorte de ter um salário muito elevado, quando se é multimilionário, quando se pode viajar de avião privado, incomoda-me um pouco que estes desportistas que ganham muito dinheiro deem lições a pessoas que ganham 1.400 ou 1.500 euros, que não conseguem pagar as contas, que não vivem em segurança, que não têm a sorte de viver em bairros protegidos por agentes de segurança e códigos digitais".
O que disse Mbappé?
Depois de Thuram ter dado 'nome aos bois’, apelando mesmo ao voto contra a União Nacional, Mbappé, capitão da seleção francesa, também se manifestou contra os “extremistas”.
"Penso que estamos num momento crucial na história do nosso país. A situação é inédita, por isso dirijo-me ao povo francês e à geração mais jovem, que pode fazer a diferença. Apelo aos jovens para que votem. Vemos que os extremistas estão à porta do poder, temos a oportunidade de escolher o futuro do nosso país", disse o mais emblemático futebolista francês da atualidade.
Mbappé falava na antevisão do jogo de segunda-feira, em que a vice-campeã mundial bateu a Áustria, na estreia das duas seleções no Euro2024. O internacional, que assinou pelo Real Madrid, acrescentou que é preciso identificação com valores importantes.
"Precisamos de nos identificar com a tolerância, a diversidade e o respeito. Espero que ainda nos sintamos orgulhosos de vestir esta camisola em 7 de julho [o último dia das eleições legislativas] , representar um país que corresponde aos nossos valores", referiu.