A primeira volta das eleições legislativas francesas ditou que o partido de extrema-direita União Nacional saísse vencedor com cerca de 33% dos votos. Apesar desta vitória, nada está decidido, uma vez que no próximo fim de semana realiza-se a segunda volta.
No primeiro cenário - o mais provável - a atual oposição, a União Nacional com Jordan Bardella, vence com maioria absoluta. Nesse caso, o Presidente francês, Emmanuel Macron, é obrigado a nomear um primeiro-ministro da oposição e o país passa a ser governado na chamada "coabitação", dado que o chefe de Estado pertence a outro partido, o Renascimento.
Pode a extrema-direita ganhar legislativas em França?
Num segundo cenário, não sai uma maioria absoluta destas eleições, mas os partidos podem ainda formar alianças. Se houver, assim, um entendimento, pode haver também a tal "coabitação".
No terceiro cenário, os partidos não se entendem e não há formação de alianças. Ou seja, as medidas têm de ser aprovadas uma a uma no Parlamento francês, com o Governo eleito a precisar do apoio de outros partidos.
Novas eleições só daqui a um ano
Contudo, também pode não existir esse entendimento para aprovar leis. Neste caso, há um cenário de ingovernabilidade e o país irá novamente a eleições, que o Presidente Emmanuel Macron só pode convocar daqui a um ano.
A União Nacional foi a formação mais votada na primeira volta das eleições legislativas francesas realizadas este domingo, com cerca de 34% dos votos, à frente da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP, 28,5%) e da centrista Juntos pela República (22%).