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Análise

"É o mesmo Trump das mentiras e agora empoderado porque realmente está tudo a correr bem"

O comentador da SIC Germano Almeida analisa o discurso de Trump muito focado na imigração e também na política externa dos Estados Unidos.

O candidato republicano às presidências de novembro nos Estados Unidos, Donald Trump
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No discurso de aceitação da nomeação presidencial republicana,Donald Trump descreveu ao pormenor, perante uma multidão emocionada, a tentativa de assassínio de que foi alvo.

Germano Almeida destaca a duração do discurso - "mais de 1 hora e meia, mais do triplo do que costumam ser os discursos de aceitação da nomeação presidencial".

"Donald Trump sentiu o momento e falou de uma forma, foi muito Trump, mas de uma forma, eu diria, mais imperial. E também com o ponto a destacar a recordar a tentativa de assassinato, dizer que escapou por milímetros e que sentiu Deus ,a explorar aquilo que foi nos últimos dias o sentimento dos seus apoiantes de grande adesão emocional à forma como sobreviveu".

Do ponto de vista das dos temas, falou da imigração e prometeu "a maior deportação da história dos Estados Unidos" de imigrantes ilegais, disse que esses imigrantes ilegais estão a tirar os empregos a latinos e negros, "tentou chegar a latinos e negros, um segmento onde nunca ganhou mas onde está a subir", mas depois "mentiu descaradamente, associando essa imigração ilegal a aumento de criminalidade. Não há aumento de nenhuma habilidade na América, está a baixar todos os anos".

A questão da deportação em massa, tendo em conta que os Estados Unidos estão em pleno emprego, estão com um mínimo de desemprego histórico, é algo que vai provocar um grande problema nos Estados Unidos, porque se essa deportação em massa fosse para cumprir, havia um problema grande de disponibilidade de mão de obra ainda maior do que existe neste momento nos Estados Unidos".

Acabar as guerras com um telefonema

Trump disse que esta guerra entre Israel e o Hamas nunca teria acontecido se ele fosse Presidente e também disse que vai acabar com a guerra na Ucrânia.

Germano Almeida salienta que Trump não tem de facto meios para concretizar essa promessa.

"Mas está dentro da conversa dele, de 'enquanto eu fui Presidente do mundo, estava em paz', não é verdade, mas é verdade que a invasão russa da Ucrânia se deu na Presidência. Biden e a invasão russa da Crimeia se deu na Presidência Obama e a da Geórgia com o Presidente Bush".

"Portanto é o mesmo Trump das mentiras e agora empoderado porque realmente está tudo a correr bem e ele sente que tem o caminho para a Vitória e a verdade é que neste momento tem o caminho para a Vitória".