Gritos de “assassinos”, "fora daqui" e arremesso de lama, acolheram a comitiva do Rei e da Rainha de Espanha, do presidente do Governo, Pedro Sánchez, e do presidente da Generalitat, Carlos Mazón, à chegada ao centro de Paiporta, zona atingida fortemente pelas cheias, na última semana.
Muitas pessoas indignadas receberam a comitiva com insultos, enquanto o rei e a rainha tentaram mediar com os jovens que os abordaram.
Felipe e Letizia, acompanhados por Pedro Sánchez, pelo Presidente da Generalitat, Carlos Mazón, e pela Delegada do Governo na Comunidade Valenciana, Pilar Bernabé, estiveram pouco depois no posto de comando avançado instalado em Paiporta, uma das localidades mais atingidas pela intempérie, que já fez 217 mortos.
O cortejo foi interrompido e o monarca e Carlos Mazón foram separados dos restantes. Enquanto caminhavam, dezenas de pessoas gritaram insultos e atiraram-lhes objetos e lama. Ouviram-se gritos de "assassinos", "saiam daqui", "socorro", "Mazón demite-te" ou "Pedro Sánchez demite-te". A polícia, a Guardia Civil e os militares tentaram recorreram a agentes a cavalo para conter a multidão.
Durante as altercações, Felipe VI e Mazón pararam para falar com várias pessoas, tal como Letizia, que permaneceu num outro grupo e foi vista a abraçar alguns dos afetados.´
Paiporta, uma cidade de cerca de 25.000 habitantes nos arredores de Valência, foi uma das mais afetadas por uma "depressão isolada em níveis altos", um fenómeno meteorológico conhecido como DANA em espanhol e como DINA em português. Estava previsto que a comitiva se deslocase de seguida a Chiva, outra cidade perto de Valência que foi duramente atingida pela tragédia.
Com Lusa
[Notícia atualizada às 15h13]