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Voluntários são tantos que entopem estradas em Valência

O governo regional da Comunidade Valenciana decidiu esta segunda-feira prolongar por 48 horas a proibição de acesso a 10 localidades nos arredores da cidade de Valência.

As localidades mais afetadas pelas inundações nos subúrbios de Valência, em Espanha, vão continuar interditas a não moradores, depois de uma multidão de voluntários ter bloqueado os acessos àquelas zonas.

As imagens mostram não só os trabalhos de limpeza, como também as filas sem fim de voluntários (para receber as orientações necessárias), na Ciudad de las Arts y las Ciencias, em Valência.

O governo regional da Comunidade Valenciana decidiu esta segunda-feira prolongar por 48 horas a proibição de acesso a 10 localidades nos arredores da cidade de Valência, uma medida que foi adotada pela primeira vez no domingo.

As autoridades justificaram a decisão com o objetivo de facilitar os trabalhos de garantia e restabelecimento dos serviços essenciais nas zonas afetadas, incluindo a distribuição de água e alimentos e a reposição total do fornecimento de energia e das telecomunicações.

No feriado de sexta-feira e no sábado, acorreram a estas localidades multidões de voluntários para ajudar em tarefas de limpeza ou para levar água, alimentos e outros bens a municípios em que os abastecimentos estão condicionados pela destruição de infraestruturas e de lojas.

Na sexta-feira, a afluência de pessoas bloqueou os acessos às localidades dos subúrbios da cidade de Valência, com as autoridades a apelarem para que não fossem levados os carros e a criarem um centro de voluntariado para tentar organizar as multidões.

No sábado, milhares de pessoas foram ao centro de voluntariado, mas milhares de outras continuaram a dirigir-se por livre iniciativa, a pé, para as zonas afetadas, enchendo totalmente caminhos e vias de acesso.

Mais de 200 mortos e um sem-número de desaparecidos

Quase uma semana depois das inundações que atingiram o leste de Espanha, o número de vítimas da depressão DANA continua a aumentar. Pelo menos 217 pessoas morreram e há um sem-número de desaparecidos. Muitos poderão ter ficado presos em garagens subterrâneas.

O ministro do Interior confirmou esta segunda-feira que pelo menos 217 pessoas morreram nas inundações. Em entrevista à RTVE, Fernando Grande-Marlaska afirmou ainda que não é possível dar um “número certo” do total de desaparecidos.

Podem ser dezenas ou centenas de desaparecidos, não havendo qualquer certeza em relação ao número total. O ministro disse mesmo que dar um número de desaparecidos não é fácil e é “melhor não o fazer”.

A única certeza é que as autoridades espanholas estão empenhadas numa “busca permanente” pelas vítimas da tragédia que assolou o país vizinho.

Com Lusa