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Mais de 300 corpos eram enterrados todas as semanas em algumas valas comuns na Síria

Os relatos são aterradores: os coveiros que trabalharam nestes locais falam de escavadoras usadas para achatar e comprimir os corpos para que fosse mais fácil enterrá-los antes de escavar a trincheira seguinte.

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Na Síria, vários serviços continuam paralisados, mas o Aeroporto Internacional de Damasco voltou a funcionar. Continuam a ser reveladas novas descobertas que mostram a brutalidade do regime deposto, nomeadamente valas comuns com milhares de corpos e relatos de uma violência inimaginável.

Depois do golpe que derrubou Assad, a verdade sobre o que aconteceu na síria começa, aos poucos, a ser desenterrada.

Só as imagens de satélite permitem perceber a dimensão desta vala comum descoberta a cerca de 40 quilómetros da capital Damasco, que terá enterrados, segundo estimativas conservadoras, pelo menos 100 mil corpos.

Os relatos são aterradores: os coveiros que trabalharam nestes locais falam de escavadoras usadas para achatar e comprimir os corpos para que fosse mais fácil enterrá-los antes de escavar a trincheira seguinte.

Quatro camiões, cada com mais de 150 corpos, viriam duas vezes por semana entre 2012 e 2018.

Como prova da dimensão dos crimes praticados ao longo de décadas, pouco resta das vítimas que estão, ainda hoje, dadas como desaparecidas.

Quase 150 mil pessoas continuam desaparecidas

Os dados mais recentes apontam para quase 150 mil, a maioria raptadas ou detidas pelo regime acusado de tortura e execuções em massa dentro das próprias prisões.

O regime de Assad caiu, mas a principal força do movimento rebelde ainda não chegou a todo o país. Há esperança, mas incertezas muitas.

Vários serviços continuam paralisados, mas o Aeroporto Internacional de Damasco voltou, entretanto, a funcionar.

O principal porto marítimo da Síria também já está operacional depois de alguns dias parado por ter sido bombardeado na semana passada.

Foi um dos vários alvos de Israel, que tem levado a cabo ataques contra instalações militares no país e que, nas últimas horas, anunciou a manutenção das forças na zona ocupada na Síria até haver um acordo.