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Assembleias de voto abriram na Alemanha

As sondagens apontam para que o líder conservador, Friedrich Merz, destitua o atual chanceler e candidato social-democrata à reeleição, Olaf Scholz.

Assembleias de voto abriram na Alemanha
Markus Schreiber

As assembleias de voto abriram hoje na Alemanha, onde 59,2 milhões de eleitores que não votaram antecipadamente, incluindo 2,3 milhões de jovens que podem votar pela primeira vez, poderão exercer o seu direito de voto.

As urnas abriram às 07:00 em Lisboa e encerrarão às 17:00 para umas eleições legislativas antecipadas, nas quais as sondagens apontam para que o líder conservador, Friedrich Merz, destitua o atual chanceler e candidato social-democrata à reeleição, Olaf Scholz, e nas quais a extrema-direita será a segunda força mais votada e poderá duplicar o seu apoio.

Os eleitores elegerão os 630 deputados do Bundestag, a câmara baixa do parlamento alemão, de entre um total de 4.506 candidatos de 29 partidos, com a ajuda de cerca de 650.000 voluntários que estarão envolvidos no bom desenrolar das eleições.

Após uma campanha marcada pelo debate sobre migração e segurança e pontuada por vários atentados, o número de eleitores indecisos manteve-se elevado no período que antecedeu as eleições antecipadas, convocadas após o colapso da coligação entre sociais-democratas, verdes e liberais, em novembro passado.

O bloco conservador formado pela União Democrata-Cristã (CDU) e pelo seu partido irmão bávaro, a União Social Cristã (CSU), com Merz como candidato a chanceler, tem liderado as intenções de voto com cerca de 30%.

Segue-se a Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita, que com 21 % mais do que duplicaria os seus resultados de 2021, os sociais-democratas de Scholz com 15 %, os Verdes com 12,5-13 % e a Esquerda com 7-7,5 %.

Nesta fase, resta apenas saber se os liberais e a força populista de esquerda Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) conseguirão ultrapassar o limiar de 5 % necessário para entrar no Bundestag, o que afetaria a distribuição dos lugares e, consequentemente, as hipóteses de formar um governo de coligação.

A opção preferida pelos conservadores favoritos, que excluem qualquer aliança com a extrema-direita, é um pacto com os sociais-democratas, desde que estes se comprometam a apoiar a viragem migratória defendida por Merz, que é a favor do encerramento das fronteiras aos requerentes de asilo.

Em causa está também o futuro económico da Alemanha, que se arrisca a completar um terceiro ano de recessão, embora aqui os dois rivais defendam receitas opostas para o regresso ao crescimento, enquanto se mantém a incerteza sobre a guerra na Ucrânia e as políticas da Administração de Donald Trump.

A Comissão Eleitoral deverá dar conta da afluência às urnas às 13:00 em Lisboa e, após o encerramento das assembleias de voto, quando também serão divulgadas as sondagens à saída das urnas e as projeções, e terá início a contagem e os primeiros resultados deverão estar disponíveis por volta da meia-noite.

Nas eleições legislativas de 2021, 76,6% dos eleitores participaram e o partido mais votado foi o Social-Democrata de Scholz, que obteve 25,7%, seguido de perto pelo bloco conservador (24,1%), os Verdes (14,7%), os Liberais (11,4%), a extrema-direita (10,4%) e a Esquerda (4,9%).