Tal como Portugal, Espanha está a enfrentar uma crise na habitação. Em Madrid, a escassez de casas está a levar famílias a mudarem-se para zonas como Seseña e Valdeluz, áreas desabitadas há quase duas décadas.
Katherine Hurtado, de 37 anos, cumpriu o sonho de comprar casa. O preço elevado e a falta de oferta em Madrid empurraram-na para fora da capital, onde vivia.
Acabou por encontrar uma nova morada a mais de 40 quilómetros a sul de Madrid, numa região que, até há pouco tempo, era conhecida como “cidade fantasma”.
Tal como Katherine, centenas de pessoas mudaram-se nos últimos anos para Seseña, uma cidade praticamente deserta desde 2008. Durante anos, esta região simbolizou o fracasso do mercado imobiliário espanhol. Milhares de prédios ficaram por construir, outros por concluir e muitos por habitar.
O projeto falhou devido a problemas legais, mas também à crise financeira que o país atravessou nesse ano. O cenário mudou agora.
Além da fila de espera para encontrar casa, existe também fila de espera para os transportes públicos, que ainda se vão adaptando a esta nova realidade.
Aos poucos, a cidade começa a evoluir e a percorrer um novo caminho.
Madrid é uma das cidades mais afetadas pela crise imobiliária em Espanha. No último ano, registou um aumento de 140 mil habitantes.
O governo admite que existe um défice de 80 a 100 mil casas e promete construir 110 mil até 2028.