Em Torre Pacheco, no Sul de Espanha, vive-se nos últimos dias um clima de medo e tensão. Grupos de extrema-direita têm organizado ataques e manifestações contra imigrantes, usando como pretexto a alegada agressão a um idoso por três cidadãos marroquinos. A violência alastrou das redes sociais para as ruas e já levou à abertura de uma investigação por crimes de ódio.
Numa tarde quente de verão, entre moradores e imigrantes são poucos os que andam na rua. Há silencio em Torre Pacheco, em contraste com a violência das últimas noites.
A presença policial deixa evidente que a tensão se instalou na região Múrcia, mas junto ao município há calma aparente.
Durante a noite, várias pessoas, que dizem ser moradores, têm saído à rua de cara tapada numa verdadeira caça ao imigrante.
Agressão a idoso gerou onda de contestação
A alegada agressão a um homem de 68 anospor três imigrantes marroquinos estará na origem do movimento.
O principal agressor já foi detido pelas autoridades, mas nas redes sociais circulam vídeos e informações manipuladas que serviram de pretexto para incitar à violencia.
O Supremo Tribunal de Múrcia já abriu um inquérito ao presidente regional do Voxpor alegados crimes de ódio.
Entre a comunidade marroquina há medo e preocupação. Os ataques sucedem-se, como por exemplo um em que um grupo de encapuzados atacou um restaurante de Kebab com pedras, tacos de basebol e gás pimenta.
A Guarda Civil deteve, em Barcelona, um alegado cabecilha do movimento xenófobo, que terá impulsionado a caça ao imigrante em Torre Pacheco, cidade que, à semelhança dos últimos dias, volta a temer uma noite de violência.