A visita oficial de Donald Trump ao Reino Unido está a ser ensombrada pela polémica em torno de Jeffrey Epstein, o magnata norte-americano condenado por tráfico e abuso sexual de menores.
A sombra do escândalo paira sobre figuras de peso, incluindo o próprio Trump, o irmão do rei Carlos III e o ex-embaixador britânico nos Estados Unidos, recentemente afastado do cargo.
À porta do Castelo de Windsor, onde o antigo presidente norte-americano será recebido por Carlos III, um protesto visual chamou a atenção: uma fotografia de 400 metros quadrados, tirada nos anos 90, mostra Trump ao lado de Epstein. A instalação, promovida por ativistas, pretende deixar claro que o ex-presidente não é bem-vindo em solo britânico.
Donald Trump tem evitado responder a perguntas relacionadas com o seu passado e com as ligações a Epstein. Contudo, o desconforto em torno do tema não se limita à sua figura. Também a monarquia britânica e o próprio governo estão sob escrutínio.
Na semana passada, o embaixador britânico em Washington foi demitido após ter sido revelado que manteve contactos com Epstein, mesmo depois de este ter sido condenado e preso. O escândalo estende-se ainda a Peter Mandelson, antigo ministro e figura influente da política britânica, que se referia a Epstein como um "melhor amigo" e chegou a considerar injusta a sua condenação.
Fontes próximas revelam que Trump terá ficado irritado por não ter sido previamente informado pelo primeiro-ministro Keir Starmer sobre o afastamento do embaixador. O tema promete aquecer o encontro entre ambos.
Jeffrey Epstein, que durante anos foi uma figura de enorme influência nos círculos do poder e da elite financeira dos Estados Unidos, foi encontrado morto na prisão há seis anos, num caso que continua a suscitar controvérsia e teorias.