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Venezuela anuncia exercício militar com mais de 2.500 militares após "ameaça dos EUA"

O exercício, ordenado pelo Presidente Nicolás Maduro, inclui manobras aéreas, marítimas e terrestres, e visa demonstrar a capacidade de defesa do país face às crescentes tensões com os EUA.

Venezuela anuncia exercício militar com mais de 2.500 militares após "ameaça dos EUA"
Ariana Cubillos

O ministro da defesa venezuelano anunciou esta quarta-feira um exercício militar que inclui o envio de mais de 2.500 militares para a ilha de La Orchila, nas Caraíbas venezuelanas, após a "ameaça dos Estados Unidos".

O anúncio do exercício militar "Caribe Soberano 200", vem a propósito da "ameaça dos Estados Unidos", que mantêm as forças militares navais em águas internacionais próximas da ilha de La Orchila, disse o ministro da defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, numa reunião com comandantes militares transmitida pela Televisão Estatal Venezuelana (VTV).

Durante o exercício, os militares vão passar três dias na ilha de La Orchila.

O "Caribe Soberano 200" inclui manobras aéreas, marítimas e terrestres.

O exercício vai contar também com 12 navios da Marinha Bolivariana da Venezuela "de diferentes classes e tipos", 22 aeronaves e cerca de vinte embarcações.

Exercício militar foi ordenado por Nicolás Maduro

O exercício militar foi ordenado pelo Presidente da Venezuela Nicolás Maduro, segundo Vladimir Padrino.

As tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos aumentaram em agosto, depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ordenado o envio de navios de guerra para as Caraíbas, para águas internacionais próximas do país sul-americano, citando a luta contra os cartéis de drogas da América Latina.

Na semana passada, Trump anunciou que os Estados Unidos tinham atacado um "barco que transportava droga", matando 11 "narcoterroristas", dizendo tratar-se de membros do Tren de Aragua, um cartel venezuelano estabelecido em vários países e classificado como organização terrorista pelo Presidente norte-americano.

Os Estados Unidos acusam o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de liderar o Cartel dos Sois, de tráfico de droga e recentemente aumentou a recompensa por informações que levem à sua captura para 50 milhões de dólares (cerca de 43 milhões de euros).

Nicolás Maduro denunciou a presença militar norte-americana junto à costa venezuelana e negou qualquer ligação com o narcotráfico.

Nas últimas semanas, Maduro apelou à população para que se aliste na milícia, um corpo altamente politizado, criado pelo falecido presidente Hugo Chávez, assim como anunciou um plano de defesa e o envio de 25.000 membros das forças armadas para as fronteiras.

Com Lusa