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Angelina Jolie assume não reconhecer os EUA: "Tudo o que limite a liberdade é muito perigoso"

Atriz diz que "qualquer coisa em qualquer lugar que divida ou limite a expressão pessoal e as liberdades" é "muito perigoso". Declarações surgem após suspensão do programa de Jimmy Kimmel que levaram a acusações de censura à ABC e governo de Trump.

Angelina Jolie assume não reconhecer os EUA: "Tudo o que limite a liberdade é muito perigoso"
Javier Etxezarreta

A atriz hesitou este domingo em responder à pergunta de um jornalista que perguntou o que temia enquanto artista e enquanto americana. À margem de uma conferência de imprensa no âmbito do festival de cinema de San Sebastián, em Espanha, Jolie mostrou-se angustiada pelo estado dos EUA.

Antes de responder, a atriz norte-americana ponderou durante breves segundos até admitir que aquela era uma "pergunta muito difícil".

"Amo o meu país, mas não o reconheço neste momento", começou por dizer.

Jolie afirma que sempre viveu "internacionalmente", que a sua família e amigos são "internacionais" e a sua visão do mundo é exatamente essa: "igualitária, unida e internacional".

Por isso, assume que "qualquer coisa em qualquer lugar que divida ou limite a expressão pessoal e as liberdades de qualquer pessoa, é muito perigoso".

"São tempos tão sérios que temos de ter cuidado para não dizer as coisas casualmente, por isso vou ter cuidado durante esta conferência de imprensa. Mas, claro, como todos vocês e todos os que estão a ver, estes são temos muito pesados que estamos a viver", afirma.

A resposta é dada dias depois do programa de Jimmy Kimmel ter sido suspenso por tempo indefinido pela ABC depois de um monólogo que abordava a morte de Charlie Kirk e a reação do presidente dos EUA, Donald Trump, ao homicídio.

Na sequência da suspensão, o governo de Donald Trump foi acusado de censura, fascismo e a ABC de ceder à pressão da Casa Branca. Esta última rejeitou qualquer pressão sobre a cadeia televisiva no sentido de obrigar à suspensão do programa.

Por sua vez, Donald Trump justificou a decisão da ABC com as "audiências horríveis" do programa do comediante.