Em Bruxelas, onde decorre a reunião do Conselho Europeu, o clima é de expectativa. Depois de prometerem gastar mais com os orçamentos militares, como exigido por Washington, os 27 contam agora com um gesto de reciprocidade. A esperança é que o entendimento alcançado em Haia, durante a cimeira da NATO, ajude a desbloquear o braço de ferro comercial que opõe há meses os dois lados do Atlântico.
A tarefa caberá à Comissão Europeia, liderada por Ursula von der Leyen, uma vez que os acordos comerciais na União são competência exclusiva de Bruxelas, e não de entendimentos bilaterais, como os que Donald Trump sugeriu com países como Espanha.
Unidos nas negociações comerciais com os Estados Unidos, os líderes europeus mostram-se, no entanto, divididos quanto à relação com Israel. Um relatório recente da própria Comissão aponta para possíveis violações dos direitos humanos por parte do governo israelita na Faixa de Gaza. Todos os países reconhecem o caráter catastrófico da situação no enclave palestiniano e pedem a Israel que ponha fim ao bloqueio da ajuda humanitária.
Mas, quando chega a hora de discutir medidas concretas para pressionar o governo de Benjamin Netanyahu, o consenso desaparece. Há sugestões em cima da mesa que passam pela revisão das relações comerciais com Israel, mas para já, a única decisão tomada é...continuar a discutir.