Moçambique

Protestos em Moçambique: manifestação geral marcada para quinta-feira, advogados receiam "banho de sangue"

Em Moçambique está marcada para amanhã uma paralisação geral e uma marcha em Maputo que poderá juntar milhares de pessoas. As últimas duas semanas têm sido marcadas por protestos de contestação aos resultados eleitorais. Já morreram pelo menos 16 pessoas e mais de 100 ficaram feridas.

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Em 50 anos de poder, é a primeira vez que a Frelimo se depara com uma contestação desta dimensão aos resultados eleitorais. Duas semanas depois do escrutínio de 9 de outubro, a Comissão Nacional de Eleições anunciou a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo.

Os resultados, que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional, foram contestados por todos os partidos da oposição. Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), que ficou em segundo lugar, apelou a manifestações durante uma semana, a partir de 31 de outubro.

Nos protestos, marcados pela violência policial, morreram pelo menos 16 pessoas e mais de 100 ficaram feridas. Mondlane convocou ainda uma paralisação geral em todos os sectores e uma manifestação nacional na capital do país, esta quinta-feira, dia 7 de novembro.

O bastonário da Ordem dos Advogados veio entretanto dar conta de que 2700 detidas nos protestos em todo o país foram libertadas, com o contributo dos profissionais da organização.

Em conferência de imprensa, a ordem denunciou que os manifestantes baleados, que acabaram por perder a vida, foram quase todos atingidos na parte superior do corpo, como o pescoço ou a cabeça, algo que não se enquadra numa estratégia policial de dissuasão.

Os advogados apelaram ainda ao presidente da República para que, recorra ao diálogo e evite um banho de sangue, na grande manifestação marcada para esta quinta-feira.