As escavações arqueológicas em Pompeia, a antiga cidade romana dizimada pela erupção do Monte Vesúvio há 2.000 anos, não cessam de surpreender. Os arqueólogos encontraram três novos esqueletos numa zona ainda pouco explorada, informou o Parque Arqueológico de Pompeia na segunda-feira, 29 de maio. Alguns dias antes outra descoberta revelou que nem todas as mortes foram resultado da erupção vulcânica, mas também foram causadas por fortes sismos que acompanharam a devastadora erupção no século I.
As novas escavações decorrem no setor Regio IX, uma parte comercial da cidade até agora relativamente inexplorada. As três vítimas estariam a fugir à procura de um local seguro, mas o chão sob os seus pés desabou, o que vem sustentar a teoria de que fortes sismos acompanharam a erupção.
Seriam duas mulheres e uma criança de aproximadamente 3-4 anos de idade. Estavam dentro de uma casa de dois átrios transformada em oficinas., com lavandaria, bancadas e cubas para lavar e tingir roupas, uma padaria com forno, espaços para mós e salas para processamento de alimentos.
No átrio da casa, os arqueólogos também descobriram dois cubículos com frescos retratando cenas mitológicas de Poseidon e Amonone e Apollo e Daphne.
Fortes sismos acompanharam a erupção do Monte Vesúvio
A 16 de maio, foi revelada a descoberta de dois esqueletos enterrados sob uma parede desmoronada nas ruínas da antiga cidade do Império Romano situada perto de Nápoles. Esta descoberta indica assim que nem todas as mortes em Pompeia foram causadas pelas cinzas e gases vulcânicos.
Segundo os especialistas, os dois esqueletos, que provavelmente são de dois homens com cerca de 55 anos, foram encontrados numa área conhecida como Insula dei Casti Amanti, debaixo de uma parede que desabou antes de a zona ter sido coberta por material vulcânico.

A área provavelmente estava a passar por obras de reconstrução no momento da erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C., que aconteceu após o registo de um sismo alguns dias antes.
"Nos últimos anos, apercebemo-nos que eventos sísmicos violentos e poderosos estavam a acontecer no momento da erupção", disse Gabriel Zuchtriegel, diretor do Parque Arqueológico de Pompeia.
Novas técnicas e metodologias arqueológicas "estão a permitir entender melhor o inferno que, em dois dias, destruiu completamente a cidade de Pompeia, matando muitos habitantes", acrescentou o especialista, destacando ser possível determinar as circunstâncias em que ocorreram as mortes até aos últimos segundos.
Mais de 1.300 vítimas foram encontradas na área arqueológica de Pompeia nos últimos 250 anos.
