A maternidade Al-Helal Al-Emirati é a única que permanece operacional na Faixa de Gaza. Os médicos são forçados a tomar decisões impossíveis perante a escassez de recursos e medicamentos e e lutam para fornecer cuidados adequados aos recém-nascidos.
O Hospital Maternidade Al-Helal Emirati em Rafah, administrado pelos Emirados Árabes Unidos, está a enfrentar grande pressão à medida que aumenta o número de pessoas deslocadas que chegam à cidade do sul da Faixa de Gaza.
Os constantes bombardeamentos, a falta de alimentos e de água potável e o cada vez maior número de refugiados internos em Rafah estão a pressionar o único hospital que oferece cuidados neonatais na cidade palestiniana.
O departamento de neonatologia do hospital foi forçado a colocar dois a três bebés prematuros numa única incubadora, o que preocupa os médicos sobre os potenciais efeitos negativos nos recém-nascidos.
Um pai diz que o estado da sua recém-nascida é preocupante, mas a família não tem outra escolha, pois esta é a única instituição que oferece cuidados e tratamento neonatal na cidade.
"A minha filha ficou doente porque foi morar para uma tenda logo que nasceu. Foi infetada por um vírus e está numa incubadora há 12 dias", contou Ahmed Naeem.
A situação da filha de Naeem não é um caso isolado. De acordo com relatórios do Ministério da Saúde palestiniano, os bombardeamentos contínuos e as deslocações forçadas levaram a um aumento nas taxas de abortos espontâneos e nascimentos prematuros.
Com o grande afluxo de população para os campos de refugiados na cidade, a escassez de alimentos e de água potável aumentou significativamente a incidência de doenças nos recém-nascidos. E mortes entre as crianças.
A crescente procura de serviços de saúde, juntamente com os desafios esmagadores em termos de alimentos e recursos, sublinharam a necessidade urgente de mais apoio para enfrentar a crescente crise sanitária na região.
“O departamento neonatal costumava receber 15 casos por dia, mas agora já são mais de 60. Muitas organizações, representadas pela Organização Mundial da Saúde, pedem soluções, mas até agora não houve uma resposta clara ou qualquer solução para a crise”, disse Muhammad Al-Anqar, diretor do departamento de neonatologia do hospital.