Assim como os humanos, também os elefantes têm formas diferentes para se cumprimentarem. Expandem as orelhas, mostram a cauda, rugem ou urinam. Um novo estudo conclui que os gestos são diferentes entre elefantes.
"Os elefantes são tão interessantes porque parecem grandes animais que podem esmagar-te num segundo. Mas quando se tocam, são extremamente cautelosos e gentis, e são tão amorosos uns com os outros. E é por isso que, para mim, os elefantes são especiais", diz a bióloga Vesta Eleuteri, responsável pelo estudo publicado no jornal científico Communications Biology.
O estudo é baseado na observação dos comportamentos de nove elefantes da savana africana, que vivem na Reserva Jafuta, no Zimbabué. Quatro eram fêmeas e os restantes machos.
De acordo com a agência Reuters, os animais foram mantidos em cativeiro parcial, eram lives para vaguear durante o dia e ficavam em estábulos à noite.
Cerca de 20 tipos de gestos de saudação foram observados durante a investigação. Uns gestos eram vistos, outros ouvidos. O cheiro também desempenha um papel importante nos cumprimentos.
"Também costumavam defecar, urinar e acumular secreções das glândulas temporais, o que pode ser devido à excitação de se verem, mas também pode ser porque os elefantes dependem sensivelmente do olfato", disse a bióloga.
Os investigadores dizem que os elefantes vivem naquilo a que chamam de sociedade fissão-fusão, onde muitas vezes se separam e reúnem, encontrando-se com um intervalo de horas, dias ou até meses.
De acordo com o estudo, os machos têm laços sociais mais fracos e os seus cumprimentos podem ter como objetivo facilitar interações mais hostis. Os machos selvagens tendem a ser mais solitários e formam associações mais instáveis com outros elefantes.
Já as fêmeas formam "grupos de ligação" umas com as outras. Quando estes grupos se encontram, os elefantes têm elaboradas cerimónias de saudação para fortalecer a sua ligação social.
"O facto de se cumprimentarem dessa forma animada para mim também foi alucinante, porque eles ficaram separados durante apenas dez minutos e os humanos não fazem isso depois de dez minutos. Isto faz-me nos humanos, pois eles são tão empáticos e bons uns com os outros que deveriam ser um exemplo para nós."