Opinião

"É perigoso falar dos temas da extrema-direita, mas ainda é mais perigoso deixa-la a falar sozinha"

Rui Tavares e Sebastião Bugalho debateram a emissão dos vistos de trabalho para imigrantes e a situação política francesa. Rui Tavares defendeu vistos rápidos com direitos garantidos, enquanto Sebastião Bugalho criticou as políticas do Governo de António Costa.

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O Governo promete acelerar a emissão dos vistos de trabalho dos imigrantes se as empresas assegurarem habitação e formação a estes cidadãos. Na SIC Notícias, esta sexta-feira, Rui Tavares defendeu a medida do Executivo de Luís Montenegro.

Para o porta-voz do Livre, "tudo o que permita garantir direitos assegurados vai na direção certa." Disse ainda que o combate à imigração ilegal começa "no trabalho, com a autoridade para condições de trabalho," e não nas fronteiras. Esta noite, Rui Tavares rejeitou também o "pânico moral" em torno do chamado turismo de saúde.

Sebastião Bugalho concorda que o tema da imigração precisa de soluções urgentes, destacando os 400 mil processos pendentes deixados pela anterior política de manifestação de interesse.

"A manifestação de interesse foi prejudicial, não só para o Estado, mas também para os próprios imigrantes," disse, acrescentando que redes de tráfico humano se aproveitaram do sistema.

O eurodeputado da AD considera que a nova medida do Governo tem o objetivo de equilibrar a necessidade de mão de obra e as condições de acolhimento. Mas mantém-se a pergunta: "Haverá casas suficientes?"

Para Sebastião Bugalho, debater imigração não deve ser tratado como "batalha ideológica".

Nova crise política em França?

O Presidente Emmanuel Macron nomeou esta sexta-feira François Bayrou novo primeiro-ministro de França, após a queda do Governo com a moção de censura e demissão do conservador Michel Barnier. Rui Tavare lembra que François Bayrou foi um dos primeiros apoios de Emmanuel Macron em 2017. Sobre a situação política em França, o porta-voz do Livre sublinhou a a desconexão atual do presidente com a realidade do país.

"Parece-me bizarra a distância entre Macron e o panorama político. Ele continua a gerir a situação como se nada estivesse a acontecer", apontou Rui Tavares, prevendo uma nova crise política no horizonte.

Sebastião Bugalho concorda com o diagnóstico. "O projeto político de Macron morreu." O eurodeputado disse que Macron não consegue sequer ter um primeiro-ministro do seu partido.

"Está constantemente a ressuscitar senadores de outros partidos."

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