País

Seguro defende idosos e critica "Governo insensível"

O secretário-geral do PS frisou  hoje que "um país que não trata bem os seus idosos não honra a sua história",  criticando o "governo insensível", que diz estar a preparar-se para implementar  mais cortes. 

FERNANDO VELUDO

"Este país tem um dever para com os portugueses mais idosos, porque  o nosso presente é fruto do trabalho dessas mulheres e desses homens que  criaram os seus filhos e com trabalho deram o melhor de si para este concelho,  para esta região e para o nosso Portugal", afirmou António José Seguro durante  uma ação de campanha do candidato PS em Santa Maria da Feira, Eduardo Cavaco,  que reuniu esta noite no Europarque, de Santa Maria da Feira, cerca de duas  mil pessoas. 

Lembrando visitas que fez durante o dia de sexta-feira pelos concelhos  de Ovar e São João da Madeira, Seguro lamentou os discursos que ouviu de  "angústia e incerteza" que diz dominarem "a maior parte dos reformados e  dos idosos no país". 

"As pessoas, os portugueses, os reformados, os idosos não aguentam mais  sacrifícios e, por isso, eu tenho dito (...) que é necessário parar com  os cortes", sublinhou o socialista, referindo que "os cortes que se preparam  são superiores a quatro mil milhões de euros". 

Seguro criticou o Governo que, "insensível a esta realidade", se "prepara  mais cortes para depois das eleições autárquicas", incluindo "nas pensões  de sobrevivência". 

O líder socialista acrescentou ainda que Portugal é não só "um país  onde os idosos não têm presente", mas também onde "os jovens veem o seu  futuro cada vez mais longínquo, com um primeiro-ministro a dizer que a única  solução é a emigração" 

"Para o atual Governo, os portugueses são o problema. Para nós, no PS,  os portugueses são a solução", sublinhou Seguro, para quem só "juntando  todos os portugueses" será possível "vencer a crise". 

Durante a tarde de sexta-feira, António José Seguro visitou os concelhos  de Ovar e São João da Madeira, na companhia de Vítor Rodrigues e Luís Miguel  Ferreira, cabeças-de-lista do PS às respetivas autarquias.  

Em Ovar, Seguro contactou com os utentes do Centro Social Cortegacense,  onde, em tom informal, ouviu as apreensões de vários idosos quanto às elevadas  taxas moderadoras, o custo dos medicamentos e transportes em ambulâncias,  assim comos os cortes nas pensões. 

Acolhendo 47 seniores no lar e servindo ainda 40 outros utentes no centro  de dia e serviço de apoio domiciliário, a direção do Centro Social manifestou-se  preocupada com o novo regime de IVA para obras levadas a cabo por instituições  de cariz social. 

Em São João da Madeira, o líder socialista dividiu-se entre a sede de  candidatura do PS e uma caminhada até à Praça Luís Ribeiro. Começou por  ser presenteado com lápis de fabrico local, personalizados com o nome dos  seus filhos, e à custa disso recordou os tempos em que trabalhou na Papelaria  Seguro, que era do seu pai.  

Antes de sair para a rua para ouvir munícipes e cumprimentar comerciantes,  Seguro ainda apoiou Luís Miguel Ferreira quando esse disse que era preciso  afastar "o Governo salazarento" de Passos Coelho.  

Depois, sintetizou prioridades: a nível nacional, apoiar as empresas  na criação de riqueza; a nível local, eleger um executivo "mais virado para  as pessoas que precisam de emprego e que já trabalharam uma vida inteira  e agora estão a ser sacrificadas". 


Lusa