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Ministério Público pede pena de prisão efetiva para atriz Sónia Brazão 

O Ministério Público pediu hoje uma pena de  prisão não inferior a quatro anos para Sónia Brazão, por considerar que  a atriz, numa tentativa de suicídio, provocou a explosão do seu apartamento  de Oeiras, em 2011. 

A atriz Sónia Brazão com o advogado Jorge Tracana, fala aos jornalistas à chegada ao Tribunal de Oeiras (Lusa/ Arquivo)
MANUEL DE ALMEIDA

Sónia Brazão, que ficou com queimaduras graves depois de uma explosão  no seu apartamento de Algés a 03 de junho de 2011, está acusada de "libertação  de gases asfixiantes por conduta negligente com intenção de pôr termo à  vida". 

Apesar de, na primeira audiência de julgamento, ter dito que não tinha  intenção de se suicidar e que só se lembra de tomar medicamentos para dormir,  para a procuradora do Ministério Público ficou provado que os bicos do fogão  foram ligados propositadamente para expelir gás "com o propósito de fazer  explodir a sua habitação e a dos vizinhos". "Não restam dúvidas de que a arguida, pretendendo cometer suicídio,  ligou propositadamente os bicos do fogão", sustentou a procuradora hoje  no Tribunal de Oeiras. 

Durante a sessão da manhã, nas alegações finais, o Ministério Público  pediu "uma pena de prisão não inferior a quatro anos". "Apenas se aceita a suspensão se tiver acompanhamento médico psiquiátrico  por todo o período que for determinada a suspensão", frisou a procuradora.

Durante a tarde, o advogado da atriz, Jorge Pracana, afirmou que, como  as dúvidas sobre o que aconteceu naquele dia "não foram esclarecidas" em  julgamento, Sónia Brazão só pode ser absolvida. "No que diz respeito à libertação (de gás) e à explosão não houve ali  qualquer intervenção humana. Tratou-se de um lamentável acidente que penalizou  dezenas de pessoas", disse. 

O advogado contestou ainda a tese do Ministério Público de que a atriz  pretendia pôr termo à vida, alegando que Sónia Brazão "é uma pessoa positiva",  que se envolvia com a comunidade que a rodeia. 

A juíza do processo agendou a leitura da sentença para 22 de novembro,  às 14:00, no Tribunal de Oeiras. A 03 de junho de 2011, uma explosão ocorrida no quarto andar do número  73 da Avenida da República, em Algés, na casa da atriz, causou dois feridos  e provocou estragos em dezenas de viaturas e várias casas vizinhas. 

Segundo os exames toxicológicos realizados ao sangue e à urina, a atriz  acusou, um dia após a explosão, 0,98 gramas/litro (g/l) de álcool no sangue,  além de substâncias canabinoides, opiáceos e benzodiazepinas (ansiolíticos).

Perante estes dados, os responsáveis pelas análises concluíram que a  arguida, no momento do incidente, teria uma taxa de 4,27 g/l de álcool no  sangue. 

 

     

Lusa