País

Concursos de necessidades transitórias disponíveis para todos os professores em 2014

Os professores das várias regiões  do país vão poder concorrer às necessidades transitórias, independentemente  de estarem nos Açores, na Madeira ou em Portugal continental, já a partir  do próximo ano letivo.   

(LUSA/Arquivo)
JOSE SENA GOULAO

A decisão foi tomada em consenso pelos secretários de Estado do Ensino  Básico e Secundário e do Ensino e Administração Escolar, e pelos secretários  regionais da Educação dos Açores e da Madeira, numa reunião de dois dias,  que decorreu em Angra do Heroísmo, nos Açores.  

"Vamos trabalhar nas soluções legais para permitir que um professor  de uma qualquer região ou do continente possa concorrer às necessidades  transitórias", frisou, numa conferência de imprensa conjunta, o secretário  de Estado do Ensino e Administração Escolar, João Casanova de Almeida, acrescentando  que será criado um grupo de trabalho, que terá 30 dias para propor as alterações  legislativas necessárias. 

Os docentes já podiam pedir mobilidade nos concursos quadrienais, mas  nas necessidades transitórias um professor a lecionar nos Açores não podia  pedir deslocação para os quadros de uma escola do continente e vice-versa.

"São aspetos de ordem administrativa que implicam pequenas mudanças  nos regulamentos, mas que têm por objetivo considerar que o uso da autonomia  deve ser a favor das pessoas", salientou o secretário regional da Educação,  Ciência e Cultura dos Açores, Luiz Fagundes Duarte. 

Foi anunciada também a criação de outro grupo de trabalho para avaliar  questões relacionadas com o ensino especial, devido ao "elevado número de  alunos classificados como necessitados de apoio especial". 

Segundo Luiz Fagundes Duarte, esse grupo, composto por técnicos das  quatro secretarias, fará uma "avaliação no terreno", que terá como objetivo  "aprimorar e aperfeiçoar todo o processo de identificação das crianças com  necessidades educativas especiais" e dar destaque à "formação e acreditação  dos professores e formadores".  

Os secretários debateram ainda as necessidades da formação contínua  de professores e clarificaram algumas questões sobre a prova de avaliação  de conhecimentos e capacidades dos docentes. 

Ficou ainda decidido que era necessária a "adoção de medidas de intervenção  precoce, desde a educação pré-escolar e o 1º ciclo", no combate ao insucesso  escolar e ao abandono precoce, mas a discussão sobre este tema será mais  alargada na próxima reunião, bem como as questões sobre o modelo de avaliação  de professores.  

Segundo o secretário regional da Educação dos Açores, a reunião foi  "produtiva", porque foi possível encontrar soluções que agradaram a todas  as partes.  

"Cada um dos sistemas mantendo a sua identidade pode funcionar em conjunto  e articular-se de maneira a que nem os alunos, nem os professores e restantes  profissionais de educação sejam prejudicados pelo facto de viverem nos Açores,  na Madeira e no continente", frisou. 

Também o secretário regional da Educação e Recursos Humanos da Madeira  considerou a reunião "muito útil e muito importante".  

Por sua vez, o secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar  disse estar "satisfeito" com as conclusões do trabalho entre as tutelas,  e anunciou que este tipo de reuniões "passará a ter caráter regular".  

Lusa