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Passos Coelho garante representação ao mais alto nível nas cerimónias fúnebres de Mandela

O primeiro-ministro enalteceu hoje o exemplo  de força moral, político e cívico inesquecível de Nelson Mandela, considerando  que os portugueses lhe farão uma grande homenagem e garantindo uma representação  ao mais alto nível do Estado nas cerimónias fúnebres. 

© Suzanne Plunkett / Reuters

À chegada à Casa da Música, para assistir ao concerto comemorativo dos  105 anos de Manoel de Oliveira, Pedro Passos Coelho quis dar o "testemunho  pessoal e direto" da "grande homenagem" que tem a certeza que todo o povo  português fará em memória de Nelson Mandela, cuja morte, aos 95 anos, foi  anunciada na quinta-feira à noite pelo Presidente da República da África  do Sul, Jacob Zuma. 

"Trata-se de uma personalidade extraordinária, de exceção mesmo, que  viveu uma vida também ela extraordinária e que representa um exemplo de  força moral e de exemplo político e cívico inesquecível que marcou seguramente  o século XX e o dobrar do novo século", disse o primeiro-ministro. 

Interrogado sobre quem representará Portugal nas cerimónias fúnebres  do ex-líder sul-africano, Passos Coelho disse não poder ainda responder  a essa pergunta, defendendo que cabe "ao senhor Presidente da República  a primeira palavra nessa matéria" - com quem irá falar a esse propósito  -, mas não hesita em afirmar que "essa representação se fará, seguramente,  ao mais alto nível do Estado". 

"E transmiti à senhora embaixadora da África do Sul que o Governo português  trabalhará no sentido de disponibilizar meios, juntamente com outras entidades,  de natureza pública ou privada, para que todos aqueles que queiram ter a  oportunidade de homenagear essa figura única que foi Nelson Mandela, o poderem  fazer até que as exéquias possam ter lugar na África do Sul", antecipou.

Na opinião do governante, Mandela "foi um homem que deixou a sua marca  numa transição pacífica para uma sociedade mais democrática e pluralista,  que recusou o apartheid por uma forma não violenta", considerando que "sem  a sua liderança provavelmente não seria possível construir uma sociedade  multiétnica como foi a África do Sul pós-apartheid que todos vimos nascer  no mundo". 

"Tenho a certeza de que esse exemplo perdurará por muitas décadas, não  apenas na memória dos vivos, mas também na galeria da história em que Mandela,  seguramente, entrará", sublinhou. 

Passos Coelho revelou ainda que expressou "diretamente ao Governo sul-africano  as condolências do Governo português e do povo português". 

"E tenho a certeza de que nos dias mais próximos encontraremos todos  uma maneira de expressar publicamente as nossas condolências, mas também  o exemplo que sentimos e a inspiração que sentimos por aquilo que foi a  sua vida e o seu legado", disse. 

A morte de Nelson Mandela, aos 95 anos, foi anunciada na quinta-feira  à noite pelo Presidente da República da África do Sul, Jacob Zuma, motivando  de imediato reações de pesar a nível mundial. 

"A nossa nação perdeu o maior dos seus filhos", disse Jacob Zuma, anunciando  que a bandeira sul-africana vai estar a meia-haste a partir de hoje e até  ao funeral de Estado, marcado para 15 de dezembro. 

O Comité Nobel norueguês considerou hoje Nelson Mandela, que esteve  preso quase trinta anos pela sua luta contra o regime "apartheid" da África  do Sul, "um dos maiores nomes da longa história dos prémios Nobel da Paz".

Mandela foi o primeiro Presidente negro da África do Sul, entre 1994  e 1999. 

     

Lusa