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Câmara de Viana assegura transportes para protesto dos trabalhadores dos estaleiros à porta do primeiro-ministro 

O presidente da Câmara de Viana do  Castelo garantiu hoje o apoio do município, assegurando o transporte, à  manifestação dos trabalhadores dos estaleiros e da população do concelho,  quarta-feira, junto à residência oficial do primeiro-ministro. 

"O município de Viana do Castelo apoiará a manifestação legítima e justa  dos trabalhadores junto ao Palácio de São Bento, em Lisboa. Apoiaremos a  cedência de transporte, pois esta luta é pela dignidade e pelo direito ao  trabalho daqueles que ao longo dos últimos 69 anos ajudaram a construir  uma empresa de referência da construção naval nacional", disse à agência  Lusa o socialista José Maria Costa. 

 O protesto junto à residência oficial do primeiro-ministro previsto  para 18 de dezembro, às 15:30, foi anunciado na sexta-feira pela comissão  de trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) e pretende  reclamar a suspensão do processo de subconcessão - acompanhado do encerramento  da empresa -, e a avocação do dossiê pelo primeiro-ministro, Pedro Passos  Coelho. 

"Como é que o senhor primeiro-ministro está preocupado com o desemprego,  quando tem alguém na sua equipa  1/8ministro da Defesa 3/8 que só quer fazer um  despedimento coletivo. Nós não queremos indemnizações, queremos trabalho",  afirmou o porta-voz da comissão de trabalhadores dos ENVC, António Costa.

Os trabalhadores dos estaleiros estão a apelar igualmente à participação  da população de Viana do Castelo neste protesto. 

"Esta deslocação será, estou certo, saudada e apoiada pela população  da cidade de Lisboa, pois trata-se de defender um setor estratégico da nossa  indústria e o único estaleiro naval nacional", afirmou, por seu turno, José  Maria Costa. 

O autarca anunciou ainda que o município vai pedir uma audiência ao  Presidente da República para "demonstrar a motivação" destes protestos,  que se fazem sentir desde junho de 2011. 

"Para lhe expor as razões porque a população de Viana do Castelo não  se conforma com a extinção sumária de uma empresa com 69 anos de história  ao serviço da construção naval nacional", explicou José Maria Costa. 

No mesmo sentido, a comissão de trabalhadores já pediu a intervenção  do Presidente da República. 

"Senhor doutor Cavaco Silva pronuncie-se sobre este crime social que  estão a querer cometer sobre os ENVC", desafiou o porta-voz, António Costa.

"O senhor Presidente da República tem de tomar conhecimento das envolventes  nebulosas deste processo e, dentro da sua magistratura de influência, questionar  o Governo do porquê deste processo e das motivações", disse, por seu turno,  José Maria Costa. 

O grupo Martifer anunciou que vai assumir em janeiro a subconcessão  dos terrenos, infraestruturas e equipamentos dos ENVC, pagando ao Estado  uma renda anual de 415 mil euros, até 2031, conforme concurso público internacional  que venceu. 

A nova empresa West Sea deverá recrutar 400 dos atuais 609 trabalhadores,  que estão a ser convidados a aderir a um plano de rescisões amigáveis, que  vai custar 30,1 milhões de euros.  

Lusa