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Reformados do Metro reunidos junto à sede da empresa para "ocupar postos de trabalho"

Mais de duas centenas de reformados e pensionistas do Metropolitano de Lisboa, que vão sofrer cortes nos complementos de reforma, reuniram-se hoje de manhã em frente da sede da empresa para ocupar os postos de trabalho.

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Em declarações à agência Lusa, Diamantino Lopes, da Comissão de Reformados  e Pensionistas do Metropolitano de Lisboa, disse que os reformados e pensionistas  vão apresentar-se ao serviço e pedir à administração da empresa que os distribua  pelos vários postos de trabalho. 

"Em causa está a aprovação pelo Governo do Orçamento do Estado em que  é cortado o complemento de reforma (...). Em termos brutos, estamos a falar  de cortes incomportáveis entre os 40 e os 60%", explicou à Lusa Diamantino  Lopes. 

O membro da Comissão dos Reformados e Pensionistas lembrou que o conselho  de administração da empresa acordou com os trabalhadores que se reformaram  antecipadamente que lhes pagaria um complemento de reforma que estava previsto  no Acordo de Empresa. 

O representante da Comissão de Reformados e Pensionistas do Metropolitano  de Lisboa adiantou que, numa reunião no passado dia três de janeiro, a administração  da empresa disse que ia dar seguimento ao cumprimento da lei do Orçamento  do Estado e que este mês o complemento de reforma já não ia ser pago. 

"Por causa desta situação, os 1.400 reformados e pensionistas decidiram  apresentar-se ao serviço e ocupar os postos de trabalho. Estamos a falar  de ocupar simbolicamente porque temos consciência de que só o tribunal pode  decidir", disse, acrescentando que os trabalhadores esperam falar com o  conselho de administração. 

Na terça-feira, o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, afirmou que  os trabalhadores que tiveram reformas antecipadas na Carris e Metropolitano  de Lisboa, com as respetivas compensações em complementos de pensão, arriscavam  cortes de 70% nos seus rendimentos. 

Carlos Silva falava aos jornalistas no final de uma reunião com a direção  do grupo parlamentar do PS, durante a qual referiu que trabalhadores com  reformas antecipadas de duas empresas do setor empresarial do setor empresarial  do Estado, casos da Carris e do Metropolitano de Lisboa, estão em risco  de ver "desbaratados os seus complementos de pensão". 

De acordo com Carlos Silva, muitos desses trabalhadores da Carris e  do Metropolitano de Lisboa entraram na situação de reforma a partir dos  55, 56 ou 57 anos, após serem convidados pelas respetivas administrações  das empresas.