António Costa tem destacado, em muitas intervenções, a educação como "prioridade central" do Governo e defendido que é uma obrigação do executivo continuar a investir neste setor e no da formação.
" [A educação] não pode ser só uma paixão. Tem de ser uma paixão consumada", sublinhou o primeiro-ministro na passada sexta-feira, numa escola em Vila Nova da Barquinha (Santarém).
A greve anunciada pelos sindicatos de professores no dia 21 de junho, dia de exames nacionais, e o corte de 35% nas contratações da saúde têm sido alguns dos temas levantados pela oposição nos últimos dias.
Na terça-feira, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) e a Federação Nacional de Educação (FNE) confirmaram a greve dos docentes para 21 de junho.
Segundo a Fenprof, a tutela não assumiu compromissos em relação a matérias como o descongelamento de carreiras e o regime especial de aposentação ao fim de 36 anos de serviço, sem penalizações.
Na área da saúde, foi publicado na segunda-feira em Diário da República um diploma de execução orçamental que determina que os hospitais têm de cortar pelo menos 35% nos gastos com a contratação de médicos tarefeiros, externos ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
PSD e CDS-PP exigiram esclarecimentos sobre este corte, que dizem configurar uma "austeridade encapotada", enquanto o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, assegurou que não haverá rutura de médicos nos hospitais pela imposição de um corte nos gastos, considerando que é necessário travar pagamentos exorbitantes.
A nomeação de José Júlio Pereira Gomes pelo Governo para secretário-geral dos Serviços de Informações da República Portuguesa (SIRP) também tem estado envolta em polémica, com socialistas como Ana Gomes e João Soares a contestarem a escolha, bem como a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins.
No centro das críticas está a atuação de Pereira Gomes em Timor-Leste, em 1999, onde era chefe de missão portuguesa de observação.
Na área económica, a investigação judicial que envolve a EDP e uma possível entrada da Santa Casa no capital do Montepio são outros temas na ordem do dia e que poderão ser levados pelos partidos ao debate quinzenal com António Costa.
Até ao momento, são conhecidos sete arguidos, incluindo o presidente da EDP, António Mexia, num inquérito do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que investiga crimes de corrupção e participação económica em negócio na área da energia.
Segundo uma informação do DCIAP, "o inquérito tem como objeto a investigação de factos subsequentes ao processo legislativo bem como aos procedimentos administrativos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC)".
Os CMEC são uma compensação relativa à cessação antecipada de contratos de aquisição de energia (CAE)", o que aconteceu na sequência da transposição de legislação europeia no final de 2004.
PCP e BE já insistiram no fim destes instrumentos, enquanto o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, salientou que o seu Governo foi o único a reduzir as rendas para o setor energético.
Lusa