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Quercus apela à reutilização de sacos de plástico e de máscaras comunitárias

Hoje assinala-se o Dia Internacional sem Sacos de Plástico.

Saco de plástico no fundo do mar da ilha de Andros, Grécia
Saco de plástico no fundo do mar da ilha de Andros, Grécia
Stelios Misinas / Reuters

A Quercus apelou hoje à reutilização dos sacos de plástico e ao seu correto encaminhamento para reciclagem, bem como à adoção de materiais reutilizáveis nas práticas do dia-a-dia, como as máscaras comunitárias.

No Dia Internacional sem Sacos de Plástico, que hoje se assinala, a associação lembra que à crise climática se junta "uma brutal crise económica", decorrente da pandemia covid-19, e que é fundamental acelerar a transição "para o modelo de economia mais circular", onde se valorizam mais os recursos, minimizando o seu consumo, reutilizando e fazendo o encaminhamento correto dos resíduos.

Em comunicado, a Quercus destaca que a introdução de uma taxa por cada saco de plástico em Portugal, a partir de 2015, provocou uma forte mudança dos hábitos dos portugueses e que esta medida levou à redução em cerca de 50% no consumo de sacos de plástico nos supermercados.

"Ainda assim é necessário não descuidar este hábito, reutilizando ainda mais os sacos e optando por adquirir, apenas quando estritamente necessário, aqueles que incorporem ou sejam 100% compostos por plástico reciclado", insiste.

Repetindo a frase de que "em 2050 provavelmente teremos mais plástico do que peixe no Oceano", a Quercus defende que é importante não esquecer que a crise climática está longe do fim e que a poluição marinha "já afeta diretamente as pessoas através dos alimentos que ingerem e da sua crescente incapacidade de absorver o CO2 que é produzida em excesso".

"Esta incapacidade é o efeito das pressões exercidas por nós, seres humanos, através do consumo excessivo de recursos e dos comportamentos adotados", acrescenta.

Além do apelo à reutilização de sacos de plástico e ao seu correto encaminhamento para reciclagem, a Quercus apela igualmente à adoção de materiais reutilizáveis nas práticas do dia-a-dia, como a utilização de máscaras comunitárias e a opção por recipientes reutilizáveis para takeaway, "contrariando as tendências que durante a atual situação de pandemia se prevê relativamente ao consumo de descartáveis".

"Estima-se que a cada minuto se despeje no mar o equivalente a um camião cheio de lixo de plástico, onde se pode encontrar objetos tão diversos como garrafas de água e refrigerantes, copos, garfos, facas, pratos, colheres de café, cotonetes, sacos dos mais diversos tipos, redes de pesca, beatas e esferovite", recordam os ambientalistas.

Cerca de 80% destes materiais em plástico -- sublinham -- "são resultado de produtos consumidos em terra e muitos abandonados fora de qualquer contentor, ou nas areias das praias, voando até os rios e mares".

A Quercus frisa que os números "falam por si e são assustadores", lembrando que a ONU estima que a cada ano sejam lançados para os oceanos oito milhões de toneladas de plástico.

"E todos somos responsáveis por isso", insiste a associação, pedindo uma mudança de paradigma.