País

Massacre de animais na Azambuja. Ministro fala em "crime ambiental" 

Ministro do Ambiente suspendeu licença de caça na quinta onde 540 animais foram abatidos. 

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O ministro do Ambiente mandou suspender a licença da zona de caça de Torre Bela, na Azambuja, com efeitos imediatos, depois do abate de 540 animais em montaria.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas vai ainda apresentar ao Ministério Público uma participação de crime contra a preservação da fauna.

"Ato ignóbil"

Confinados aos muros da propriedade e sem terem por onde fugir, 540 animais em montaria foram abatidos no passado fim de semana na Torre Bela, na Azambuja, num evento organizado por uma empresa espanhola.

Dezasseis caçadores pagaram quantias avultadas para abater a maior parte dos veados e gamos que viviam na quinta, bem como uma quantidade significativa de javalis.

As imagens divulgadas nas redes sociais são acompanhadas por frases em inglês em que os caçadores celebram aquilo a que chamam um "super recorde".

O ministro do Ambiente fala num ato ignóbil. João Pedro Matos Fernandes diz que há fortes indícios de ter sido cometido um crime ambiental e que o próximo passo é evitar a repetição de uma situação idêntica.

Zona de sensibilidade ecológica

A matança aconteceu numa zona de sensibilidade ecológica, onde os proprietários da quinta têm planos para a instalação de uma central fotovoltaica. Mas tratando-se de solos agrícolas e florestais, o PDM faz depender a aprovação do projeto da realização de um estudo de impacto ambiental. A votação está marcada para janeiro na autarquia da Azambuja e um mês depois na assembleia municipal.

Quanto à desflorestação da zona, os ambientalistas garantem que vinha a ser feita há vários anos, até porque parte do terreno estava arrendada a uma empresa de celulose.