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Chega pede demissão de ministra da Justiça por polémica sobre procurador europeu

Partido fala de episódio muito grave.

Chega pede demissão de ministra da Justiça por polémica sobre procurador europeu
TIAGO PETINGA

O Chega pediu esta sexta-feira a demissão da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, devido à polémica em torno de incorreções no currículo de José Guerra, escolhido para procurador europeu.

"Confirmadas que estão as notícias vindas a público, segundo as quais o Governo condicionou e adulterou o CV de um magistrado que queria nomear para o cargo de procurador europeu, não basta a palavra do Ministério da Justiça em como vão ser corrigidas as falsidades. Trata-se de um episódio extraordinariamente grave", afirma o partido num comunicado divulgado hoje.

A SIC e o Expresso noticiaram que, numa carta enviada para a União Europeia (UE), o executivo apresenta dados falsos sobre o magistrado preferido do Governo para procurador europeu, José Guerra, depois de um comité de peritos ter considerado Ana Carla Almeida a melhor candidata para o cargo.

Na carta, a que os dois órgãos tiveram acesso, José Guerra é identificado com a categoria de "procurador-geral-adjunto", que não tem, sendo apenas procurador, e como tendo tido uma participação "de liderança investigatória e acusatória" no processo UGT, quando foi o magistrado escolhido pelo Ministério Público para fazer o julgamento e não a acusação.

Depois das notícias, o Ministério da Justiça admitiu "dois lapsos" no currículo que divulgou de José Guerra, considerou que não foram determinantes para a escolha, mas disse que vai diligenciar para que sejam corrigidos.

"A manipulação do CV com objetivos políticos por parte do Ministério da Justiça ultrapassa todos os limites aceitáveis, pelo que a Ministra da Justiça não tem, objetivamente, condições para continuar no cargo", considera o Chega.

Segundo o comunicado do partido, "António Costa deve proceder urgentemente a uma profunda remodelação do governo, que inclua pelo menos o Ministro da Administração Interna e a Ministra da Justiça".