País

Abrir caminho ao fim do estado de emergência "é o desejo do Presidente da República"

Marcelo Rebelo de Sousa apelou à sensatez dos portugueses na semana da Páscoa e explicou que "quanto mais depressa as restrições possam ser levantadas, mais depressa será possível abrir caminho ao fim do estado de emergência".

Abrir caminho ao fim do estado de emergência "é o desejo do Presidente da República"
RUI OCHÔA

O Presidente da República fez esta quinta-feira uma declaração ao país na sequência da aprovação da renovação do estado de emergência pelo Parlamento, com votos a favor de PS, PSD, CDS-PP e PAN e a abstenção do BE.

Marcelo começou por recordar as palavras que disse há duas semanas: "Que o desconfinamento seja sensato e bem sucedido". Para que seja bem sucedido exige "testar e rastrear", o que diz ser um "esforço enorme, mas essencial" e exige também "vacinar mais e mais depressa".

"Testar, rastrear, vacinar são essenciais para um desconfinamento bem sucedido. Mas não bastam."

O Presidente da República pediu aos portugueses "sensatez na semana da Páscoa" para não se inverter a tendência de contenção da covid-19 e se conseguir um "esbatimento" antes do verão. Reconhece a importância desta data, "um tempo de encontro familiar intenso, em particular, em certas áreas do continente e das regiões autónomas", mas apela à prudência.

"Portugueses, estamos mais perto do que nunca, mas ainda não chegámos à meta que desejamos: um verão e um outono que representem mesmo o termo de mais de um ano de vidas adiadas, de vidas atropeladas, de vidas desfeitas", afirmou o chefe de Estado.

O próximo estado de emergência vai vigorar até 15 de abril, altura em que "haverá mais escolas e atividades económicas abertas e muito, muito maior circulação de pessoas". Acrescenta que "há ainda caminho a fazer, há ainda precaução a observar, há ainda moderação a manter", e para o Presidente da República é preciso assegurar que o desconfinamento não inverte a tendência de descida dos números.

"Temos de dar estes passos de modo a que os números de infetados, de cuidados intensivos e de mortes, assim como o indicador de transmissão ou contágio não invertam a tendência destes últimos dois meses."

Portugal vive agora um período de "alívio e esperança", que chegou graças aos "sacrifícios de dois meses de milhões de portugueses": "Façamos deste tempo, um tempo definitivo", apela Marcelo.

O estado de emergência tem existido, explica o Presidente da República, para dar "solidez jurídica reforçada às medidas restritivas indispensáveis em tempos de mais severo de combate à pandemia".

"Quanto mais depressa as restrições possam ser levantadas, mais depressa será possível abrir caminho ao fim do estado de emergência. O que como percebem é obviamente o desejo do Presidente da República."

Mais testes, vacinas e "juízo". Os recados de Marcelo para o Governo, Ministério da Saúde e portugueses

José Gomes Ferreira, da SIC, considera que a comunicação do Presidente da República ao país esta quinta-feira foi destinada ao Governo, ao Ministério da Saúde e à população.

Quanto ao "recado" para o Governo e para o Ministério, o diretor-adjunto da SIC diz que a mensagem foi clara: Macelo quis dizer que não estamos a testar nem a vacinar contra a covid-19 o suficiente. Para os portugueses, José Gomes Ferreira salienta que o Presidente da República pediu "juízo" porque "não podemos deitar a perder um esforço tão grande".