O Presidente da Câmara do Porto está confiante que os portuenses conhecem o seu trabalho na autarquia. E, por isso, está à vontade para ir a julgamento nas urnas.
A recandidatura é uma possibilidade em cima da mesa e Rui Moreira admite que o anúncio vai chegar na altura certa.
Rui Moreira deixou ainda duras críticas a Rui Rio, depois das "alfinetadas" do líder do PSD sobre um novo mandato do autarca do Porto, acusando-o de estar desesperado.
Sobre o caso Selminho, afirma, em entrevista à SIC Notícias, que está inocente e que não tem nada que se deva arrepender. O autarca diz que está a ser atacado pelo Ministério Público e acredita que o processo voltou a ganhar vida devido à aproximação das eleições autárquicas.
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Caso Selminho: "A senhora dra. juíza não quis ouvir a testemunha-chave disto tudo"
O presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira, vai a julgamento no processo Selminho, onde é acusado de favorecer a imobiliária da família, da qual também era sócio, em detrimento do município.
Em entrevista à SIC Notícias, Rui Moreira considera que "perante uma situação desta natureza" é "normal que tenha uma sensação de injustiça".
"É uma injustiça com a qual já vivi há quatro anos atrás em véspera das últimas eleições."
No debate instrutório, realizado em 29 de abril, o Ministério Publico (MP) defendeu que Rui Moreira fosse a julgamento, reiterando que, enquanto presidente do município, agiu em seu benefício e da família, em prejuízo do município, no negócio dos terrenos da Arrábida.
A juíza Maria Antónia Ribeiro, do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, decidiu pronunciar (levar a julgamento) o autarca, "nos exatos termos" da acusação do MP. A juíza de Instrução Criminal sustenta que Rui Moreira "enquanto autarca e no exercício dos seus poderes, atuou em clara violação da lei", da qual tinha "plena consciência".
Rui Moreira, na SIC Notícias, contraria a juíza e diz que nunca tomou "nenhuma atitude, nenhum ato ou nenhuma omissão" que beneficiassem a sua família e prejudicassem a autarquia.
"Quando cheguei à Câmara Municipal do Porto, a Câmara Municipal do Porto tinha um litígio com essa empresa", diz o autarca, acrescentando que nunca interferiu no processo.
O autarca do Porto explica que desde 2010 que Câmara tentava com essa empresa uma solução que não obrigasse o município a pagar indemnizações, mas o terreno em questão era "imensuravelmente" da família de Rui Moreira.
"A verdade é assim: comigo como presidente, a Câmara não pagou nenhuma indemnização à minha família. Mais do que isso, recuperou o terreno que não sabia que era da Câmara. Eu estou com a minha consciência absolutamente tranquila."
Na SIC Notícias, Rui Moreira reforça que "não teve nenhuma intervenção no processo" e "tudo o resto é apenas uma acusação fantasiosa do Ministério Público", que poderia ter sido "desmontada" se a juíza tivesse acedido à "única formalidade" pretendida pelo autarca. Rui Moreira diz que apenas pediu que fosse ouvida uma pessoa durante o processo: o advogado que conduziu o caso no tempo de Rui Rio, que não foi substituído e que "pediu para continuar a tratar do assunto", diz o autarca.
"A senhora dra. juíza não quis ouvir a testemunha-chave disto tudo."
Quando chegar a altura do julgamento, "lá para outubro, novembro, dezembro", Rui Moreira espera que os juízes permitam que indique as testemunhas dele.