Joe Berardo foi detido no âmbito de uma investigação aos créditos ruinosos feitos na Caixa Geral de Depósitos (CGD). Em causa estão crimes de burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Em 2019, o empresário tinha sido ouvido numa comissão de inquérito ao banco público. Na altura, garantiu que não tinha dívidas, nem património, e disse ainda que era apenas um cidadão que quis ajudar os bancos. Esta audição ganhou, rapidamente, um tom de comédia.
Ricardo Costa considera que a prestação de Joe Berardo na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos "foi a pior preparada" que alguma vez viu e "um desastre em que basicamente Joe Berardo se auto-incriminou" tornando-se "um ponto de não retorno" para o empresário.
"A partir daí os três banco - a Caixa, o BCP e o Novo Banco - juntaram-se, passaram a fazer ações conjuntas e passaram ao ataque. E tudo mudou para Joe Berardo."
Também o advogado do empresário, André Luiz Gomes, foi detido no âmbito da mesma operação, "uma coisa muito rara de acontecer", diz Ricardo Costa.
"A investigação (...) considera o advogado parte do esquema. Ou seja, não considera que o advogado está ali a representar ou a defender o seu cliente, mas que o deve considerar como responsável pela arquitetura jurídica que permitiu existir uma fraude."
Os dois detidos deverão ser ouvidos esta quarta-feira pelo juiz Carlos Alexandre para primeiro interrogatório judicial.